COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊS
Hebe Camargo (2001)
Crítica
Cotação:
Rainha das noites televisivas, Hebe Camargo volta e meia retoma a carreira de cantora através da qual iniciou-se na vida artística. Para sua nova ventura fonográfica, pediu ajuda a alguns notáveis da música brasileira, que comparecem participando em duetos. Como É Grande o Meu Amor Por Vocês é, antes de mais nada, prova inequívoca do prestígio da cantora-apresentadora junto à nata da MPB: não é todo mundo que pode esbanjar Chico Buarque, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Simone e Nana Caymmi no mesmo disco. Apesar de inclusão de alguns convidados meio "suspeitos" e da própria fama popularesca de Hebe, ninguém precisa se envergonhar ao assumir que gostou do álbum. Um repertório sóbrio, uma produção conservadora mas requintada (de José Milton, colaborador constante de Nana) e uma voz ainda OK, apesar da idade, foi o que bastou para Hebe soltar um disco digno.
Como intérprete, a loura mostra uma dicção antiga, empostada, puxada nos "S"s. Por isso mesmo, soa mais adequada em sambas-canção como Pensando em Ti ou Naquela Mesa (esta com arranjo impecável, com bandolim, cavaco e pandeiro em trinca perfeita). A instrumentação é quase sempre suntuosa, com cordas e sopros onipresentes, casando com a dramaticidade da cantora - que atinge o ponto mais over em Trocando em Miúdos, com o tom derramado de Hebe contrastando com o sussurro de Chico Buarque. A suavidade de Sábado em Copacabana caiu bem, com Nana Caymmi entoando a introdução da canção assinada pelo pai. Assim como também ficou bom o clima de samba em surdina para a parceria com Zeca Pagodinho, malandríssimo em Papel de Pão. Mesmo nas concessões mais "povão" (ora, e quer alguém mais povão que Hebe Camargo?), nos duetos com Ivete Sangalo (Simples Carinho) e Fábio Jr. (Eu Não Existo Sem Você) e na brejeirice de boutique em Queria, com a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, a cantora sai ilesa. Disco extravagante, mas simpático. (Marco Antonio Barbosa)
Como intérprete, a loura mostra uma dicção antiga, empostada, puxada nos "S"s. Por isso mesmo, soa mais adequada em sambas-canção como Pensando em Ti ou Naquela Mesa (esta com arranjo impecável, com bandolim, cavaco e pandeiro em trinca perfeita). A instrumentação é quase sempre suntuosa, com cordas e sopros onipresentes, casando com a dramaticidade da cantora - que atinge o ponto mais over em Trocando em Miúdos, com o tom derramado de Hebe contrastando com o sussurro de Chico Buarque. A suavidade de Sábado em Copacabana caiu bem, com Nana Caymmi entoando a introdução da canção assinada pelo pai. Assim como também ficou bom o clima de samba em surdina para a parceria com Zeca Pagodinho, malandríssimo em Papel de Pão. Mesmo nas concessões mais "povão" (ora, e quer alguém mais povão que Hebe Camargo?), nos duetos com Ivete Sangalo (Simples Carinho) e Fábio Jr. (Eu Não Existo Sem Você) e na brejeirice de boutique em Queria, com a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, a cantora sai ilesa. Disco extravagante, mas simpático. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas