CORAÇÃO ABERTO
Netinho (Negritude Jr.) (2001)
Crítica
Cotação:
Netinho (de Paula. Seria parente do Benito?) é mais um ex-líder de grupo de pagode que tenta a sorte sozinho, sem os companheiros. O cantor do Negritude Jr. parece determinado a A) não seguir os passos de seu ex-grupo; e B) não cair na armadilha que vitimou Belo, Vavá e Alexandre Pires, que trocaram o samba - mesmo em sua versão extradiluída - por um mela-cueca sem meias medidas. O pagodeiro não fica lá, nem cá. Chamou o svengali da baba Arnaldo Saccomani para produzir um tanto do álbum, mas garantiu a credibilidade (e a qualidade) no resto do material juntando-se a Leandro Lehart em outras cinco músicas. Foi assim, dividido entre um simpático samba-pop e o suspeitíssimo bregode, que Netinho conseguiu fazer um disco solo que deu para o gasto.
Divertido é o chacundum quase samba-rock que Netinho imprime a boa parte das faixas (poucas das quais assinadas por ele). Os metais suingados que realçam Sapato Novo e Essa Garota, por exemplo, são melhores que qualquer coisa que o cantor tenha cometido com seu antigo grupo. O mesmo pode ser dito do balancinho maneiro de Coração Aberto e Conquerô (cover de Jorge Ben), que não fariam vergonha em um bailão suburbano. O funk-samba-soul (com tons latinos) come solto, espontâneo, em Cometa, a melhor do disco. Produção e composição de Lehart, claro. Na outra ponta, quase comprometendo o resultado final, está o "rrromantismo". Melhor Assim e Amor que É Pra Sempre recuperam o terreno brega, misturando violõezinhos e cordas sentimentalóides. Volta investe no mesmo registro, mas soa mais honesta, com seu arranjo mais simples.(Marco Antonio Barbosa)
Divertido é o chacundum quase samba-rock que Netinho imprime a boa parte das faixas (poucas das quais assinadas por ele). Os metais suingados que realçam Sapato Novo e Essa Garota, por exemplo, são melhores que qualquer coisa que o cantor tenha cometido com seu antigo grupo. O mesmo pode ser dito do balancinho maneiro de Coração Aberto e Conquerô (cover de Jorge Ben), que não fariam vergonha em um bailão suburbano. O funk-samba-soul (com tons latinos) come solto, espontâneo, em Cometa, a melhor do disco. Produção e composição de Lehart, claro. Na outra ponta, quase comprometendo o resultado final, está o "rrromantismo". Melhor Assim e Amor que É Pra Sempre recuperam o terreno brega, misturando violõezinhos e cordas sentimentalóides. Volta investe no mesmo registro, mas soa mais honesta, com seu arranjo mais simples.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas