CORPO DO SOM
Barbatuques (2002)
2002
Independente
s/nº
Crítica
Cotação:
Ouvir os Barbatuques em CD é perder grande parte do real espetáculo que é vê-los ao vivo; para quem não sabe, o grupo é um combo que faz música usando apenas ritmos e sons produzidos nos próprios corpos de seus integrantes. Vale tudo, menos instrumentos - palmas, assobios, dedos estalando, sapateados, a voz (cantando, em vocalises ou misturada a efeitos de estúdio). O mentor da galera, Fernando Barba, chama a incrível abordagem de "sintetizador humano". No palco, com formações que de música para música variam de três a mais de dez integrantes, o resultado é espantoso. Corpo do Som resume bem a viagem que é o som dos Barbatuques, incorporando ao arsenal de percussão corporal esporádicas intervenções de instrumentos "de verdade". Tão inovador quanto o approach do grupo é seu ecletismo rítmico, que passeiam por referências como a música africana, o funk e cantigas folclóricas. Tudo sai com grande fluidez e engenhosidade; a variação de sons e efeitos conseguidos dentro da (apenas aparente) limitação estética do grupo surpreeende.
A rigor, não existem altos e baixos entre as 12 faixas do disco, produzido por Rodrigo Fonseca. Cada canção, ou melhor dizendo, cada tema, tem vida própria. Cabe ao gosto do freguês ficar boquiaberto com o som de sua preferência. Vale citar o incrivel "techno orgânico" que o grupo consegue extrair em Não Deu Pra Creditá - editada em computador a partir de performances do grupo - e a climática A Invasão dos Monges, na qual viola e cítara criam uma ambiência que tanto deve à toada caipira quanto à influência ibérica. Entretanto, todo o conjunto do disco é recomendável. Nos improvisos (Na Tribo, Ule Ule), o Barbatuques vira ritmo puro, incorpóreo, que dispensa harmonia e melodia. Recriando sotaques, influências regionais e folclorismos o grupo soa também coeso e vibrante. Desde o funk dançante, influenciado pelo manguebeat, de Do Mangue à Manga, até as passagens pelo imaginário popular musical (Peixinhos do Mar/Marinheiro Só, ou a embolada Pra Onde Vai Valente, com marcante participação de Marcelo Pretto no vocal). (Contatos: www.barbatuques.com.br)(Marco Antonio Barbosa)
A rigor, não existem altos e baixos entre as 12 faixas do disco, produzido por Rodrigo Fonseca. Cada canção, ou melhor dizendo, cada tema, tem vida própria. Cabe ao gosto do freguês ficar boquiaberto com o som de sua preferência. Vale citar o incrivel "techno orgânico" que o grupo consegue extrair em Não Deu Pra Creditá - editada em computador a partir de performances do grupo - e a climática A Invasão dos Monges, na qual viola e cítara criam uma ambiência que tanto deve à toada caipira quanto à influência ibérica. Entretanto, todo o conjunto do disco é recomendável. Nos improvisos (Na Tribo, Ule Ule), o Barbatuques vira ritmo puro, incorpóreo, que dispensa harmonia e melodia. Recriando sotaques, influências regionais e folclorismos o grupo soa também coeso e vibrante. Desde o funk dançante, influenciado pelo manguebeat, de Do Mangue à Manga, até as passagens pelo imaginário popular musical (Peixinhos do Mar/Marinheiro Só, ou a embolada Pra Onde Vai Valente, com marcante participação de Marcelo Pretto no vocal). (Contatos: www.barbatuques.com.br)(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Pra onde vai Valente (Manezinho Araújo)
Marinheiro só (Arr. e adapt.: Caetano Veloso)