CRIS EM TOM MAIOR
Tom Jobim / Cris Delanno (2000)
2000
Albatroz
AZ 1051
Crítica
Cotação:
Cantora de técnica refinada, autora de um CD book sobre seu ofício (Mais Que Nunca É Preciso Cantar, 1999), Cris Delano encara um espinhoso desafio neste CD: regravar mais uma vez os eternos clássicos do mestre Tom Jobim (1927-1994). Nascida no Texas, EUA (mas no Brasil desde os seis meses), de formação erudita (no coro infantil do Municipal carioca participou de diversas óperas além do Projeto Aquarius), Cris já levou a voz educada para abrir shows de Djavan, Pepino Di Capri e até Tom Cavalcanti, além de transitar pelos standards do cinema em Movie Classics e fazer um show/disco com o repertório de Nara Leão. Gravado para o mercado externo pelo experiente produtor Roberto Menescal, um dos artífices da bossa nova onde Jobim pontificou, o CD faz uma abordagem respeitosa da obra do maestro. Aqui e ali rolam um tempero de salsa (Meditação) ou um mergulho na percussão da matriz da bossa como em Só Danço Samba, onde a cantora dubla cuíca e agogô no gogó. A chave do disco acaba sendo a rearmonização das amplas avenidas abertas por Jobim. Em Corcovado, a cantora reedita um trecho do contraponto vocal do próprio no célebre dueto com Elis Regina do disco Elis & Tom. A Felicidade tem um delicado trabalho de scat assim como Ela é Carioca. Se Todos Fossem Iguais a Você deságua num samba rasgado. Só a Garota de Ipanema não resistiu ao milionésimo lifting. Cris canta e ensina, mas a escolha do repertório poderia ter sido um pouco menos conservadora.
(Tárik de Souza)
Faixas