DALVA DE OLIVEIRA E ROBERTO INGLEZ E SUA ORQUESTRA
Dalva de Oliveira (2000)
Crítica
Cotação:
Logo que Dalva de Oliveira se desvencilhou do Trio de Ouro, no primeiro ano de sua carreira solo – 1950 – ela emplacou de cara três grandes sucessos (Errei Sim, Que Será e Tudo Acabado). Resultado: adquiriu status de estrela, vencendo o concurso de Rainha do Rádio no ano seguinte, e ganhando da Odeon, sua gravadora, uma viagem pela Europa, em 1952, apresentando-se em Portugal, Espanha e Inglaterra. Foi justamente em Londres que Dalva gravou com a orquestra de Roberto Inglez 17 músicas, 11 das quais resgatadas no presente lançamento da Revivendo, Dalva de Oliveira e Roberto Inglez e sua Orquestra. Desse repertório, saíram dois grandes sucessos da diva, o baião Kalu (Humberto Teixeira) e o samba-canção Fim de Comédia. Mas foi também uma oportunidade de reler clássicos da MPB, como Carinhoso, Linda Flor (Ai Ioiô) e Folha Morta. Mas há muito mais do que isso nesse CD. Muitas pérolas desconhecidas, como a otimista Encontrei-te Afinal, a romântica Distância ("A natureza fica parada/ Só penso em ti, mais nada"), a ufanista Brasil Saudoso (de seu marido na época, Tito Climent) e Sem ele, outro baião de Humberto Teixeira. Irresistíveis mesmo (e tristes, como não poderia deixar de ser) são as duas canções natalinas do repertório, Lindo Presente e especialmente Noite de Natal (Silent Night), numa versão de Mário Rossi, diferente da Noite Feliz que conhecemos. Mas o disco não é só de Dalva acompanhada do maestro. Roberto Inglez (que na verdade é escocês) tem 10 momentos solo, em curiosos arranjos para standards nacionais, como Na Baixa do Sapateiro, Aquarela do Brasil, Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho (em versão irresistível) e canções menos batidas, como o samba Dengoso e até o ancestral (e gracioso) maxixe O Mulatinho.(Rodrigo Faour)
Faixas