DE JANEIRO A JANEIRO
Alceu Valença (2002)
2002
Independente
TRO-0001
Crítica
Cotação:
Alceu Valença rompeu (de novo) com as gravadoras e jogou seu último trabalho, De Janeiro a Janeiro nas bancas de jornal, por seu Selo Tropicana. A independência mercadológica do cantor bate com sua liberdade criativa. Num momento salpicado de discos ao vivo e revisões de carreira que beiram o oportunismo, o pernambucano comemora seus 30 anos de trajetória artística com um trabalho vigoroso e original.
Que bom que Alceu caprichou nas músicas inéditas, incluindo apenas quatro regravações. Mesmo nesse departamento, ele foi bastante feliz: escolheu canções "esquecidas" de discos anteriores, como Quando Eu Olho Para o Mar e Vai Chover. Na recriação de faixas mais conhecidas (Espelho Cristalino, Estação da Luz), Alceu ataca de sonoridades totalmente diferentes das originais. Isso tudo é resultado de um "segredinho" aplicado aos arranjos. Alceu aboliu a bateria convencional e trabalhou todas as músicas com a percussão do figuraça Edwin de Olinda.
As inéditas são nada menos que oito, todas confirmando a boa fase e a polivalência do Alceu compositor. Com a guitarra e a viola de 12 cordas de Paulo Rafael sempre marcando firme as canções (o melhor exemplo é Bluebaião, canção inédita escrita em 1970), Alceu canta baião, blues, xote, coco, frevo, maracatu... A alegria contagiante de Pirata José, a cadência de Pra Embalar Você e a marcante seção percussiva de Triste Comédia são os pontos altos, além da faixa-título - que recupera o melhor do clima carnavalesco de Olinda, uma tradição no trabalho de Alceu. Por outro lado, ainda há lugar para a delicadeza, como em Nas Asas de um Passarinho, pontuada por doces flautas. Enfim, o cantor continua mostrando que sua criatividade e arte são revigoradas com o passar dos anos.(Marco Antonio Barbosa e Mônica Loureiro)
As inéditas são nada menos que oito, todas confirmando a boa fase e a polivalência do Alceu compositor. Com a guitarra e a viola de 12 cordas de Paulo Rafael sempre marcando firme as canções (o melhor exemplo é Bluebaião, canção inédita escrita em 1970), Alceu canta baião, blues, xote, coco, frevo, maracatu... A alegria contagiante de Pirata José, a cadência de Pra Embalar Você e a marcante seção percussiva de Triste Comédia são os pontos altos, além da faixa-título - que recupera o melhor do clima carnavalesco de Olinda, uma tradição no trabalho de Alceu. Por outro lado, ainda há lugar para a delicadeza, como em Nas Asas de um Passarinho, pontuada por doces flautas. Enfim, o cantor continua mostrando que sua criatividade e arte são revigoradas com o passar dos anos.(Marco Antonio Barbosa e Mônica Loureiro)
Faixas