DE VOLTA PRO INTERIOR
José Augusto (2001)
Crítica
Cotação:
José Augusto, ícone da música romântica nos anos 80, tenta recuperar um pouco do velho prestígio embarcando no trem doido do neo-sertanejo com este De Volta Para o Interior. Para tanto, o cantor pescou alguns clássicos da legítima caipirice, revestiu-os com seu estilo próprio e juntou algumas outras canções de sua própria lavra. Não deu certo. Enquanto as versões das músicas sertanejas ganharam roupagens que (quase sempre) extirparam suas raízes e as deixaram assemelhadas ao breganejo de Zezé Di Camargo e afins, as novas músicas não escondem sua filiação "muito romântica", não acrescentando nada à evolução do artista. Trata-se então de um disco dedicado exclusivamente aos fãs convictos de José Augusto. O cantor nem valoriza o sertanejo de raiz, nem mostra nada de diferente ao que tantas duplas apresentam por aí.
Casinha Branca ficou simpática, com o toque de uma slide guitar dando um coloridinho especial ao arranjo. A recriação de Menino da Porteira é bem fiel à consagrada versão de Sérgio Reis, e A Vida do Viajante também faz boa figura, com seu tom country. Mas são exceções: a redundância dá as cartas na maior parte do disco. Cabecinha no Ombro e No Rancho Fundo soam aguadas, transformadas em baladinhas românticas banais. Nada que supere, no entanto, o arranjo assustadoramente brega de Beijinho Doce, logo a faixa de abertura. Talvez tentando jogar nas onze, José Augusto também lança mão de canções que declaradamente não têm nada a ver com sertanejo, como Vida Cigana - hit dos pagodeiros do Raça Negra - e suas próprias Indiferença e Por Entre os Dedos. Nessa volta ao interior, o cantor preferiu o caminho mais seguro... e acabou meio atolado.(Marco Antonio Barbosa)
Casinha Branca ficou simpática, com o toque de uma slide guitar dando um coloridinho especial ao arranjo. A recriação de Menino da Porteira é bem fiel à consagrada versão de Sérgio Reis, e A Vida do Viajante também faz boa figura, com seu tom country. Mas são exceções: a redundância dá as cartas na maior parte do disco. Cabecinha no Ombro e No Rancho Fundo soam aguadas, transformadas em baladinhas românticas banais. Nada que supere, no entanto, o arranjo assustadoramente brega de Beijinho Doce, logo a faixa de abertura. Talvez tentando jogar nas onze, José Augusto também lança mão de canções que declaradamente não têm nada a ver com sertanejo, como Vida Cigana - hit dos pagodeiros do Raça Negra - e suas próprias Indiferença e Por Entre os Dedos. Nessa volta ao interior, o cantor preferiu o caminho mais seguro... e acabou meio atolado.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas