DEZ ANOS - JUCA NOVAES, EDU SANTANA, LUCILA NOVAES e RAFAEL ALTÉRIO
Juca Novaes e Edu Santana / Lucila Novaes / Rafael Altério (2001)
Crítica
Cotação: 
Existe um subgênero da MPB que pode ser classificado como música para festivais. Essa afirmação, à primeira vista descabida, pode ser confirmada com a audição de Dez Anos, CD que compila obras dos compositores Rafael Altério, Juca Novaes e Edu Santana (e conta com a presença da cantora Lucila Novaes). As músicas do disco tem algo em comum: todas foram inscritas no Festival de MPB de Tatuí (interior de São Paulo), um dos mais conceituados no circuito de festivais regionais.
Uma sensação de deja vú, de estranha familiaridade, permeia o disco. Entreouve-se, alternadamente, ecos de Ivan Lins, Boca Livre, Clube da Esquina, Xangai - tudo misturado de um modo tal que o ouvinte tenha a impressão recorrente de que já ouviu algo parecido. Esse mimetismo é, a um só tempo, mostra de honestidade e malandragem dos compositores. É óbvio que tratam-se de compositores sérios e íntegros, batalhando para construir suas assinaturas autorais. Mas transparece uma certa "demagogia" em suas canções, feitas especificamente para agradar ao público dos festivais - prontinhas para ativar na memória dos espectadores essa ou aquela lembrança, de uma outra música/estilo/compositor bem parecidos...
Assim sendo, fica até difícil comentar com justiça e isenção a respeito de músicas feitas com fins tão específicos. São todas canções sólidas, com melodias bem construídas, mas que definitivamente tem vida curta fora dos auditórios para os quais foram concebidas. Talvez um capricho maior nos arranjos - todos bem simples - conferisse maior brilho a canções simpáticas como Lua do Brasil, de Juca e Edu, ou Cidades, esta cantada por Lucila Novaes. Altério é o mais versátil dos três: vai de sambinha populista (em Sou Mais Brasil) e também arrisca sonoridades solenes e harmonias mais encorpadas (Foi Assim). Por outro lado, o arranjo qualquer nota - incluindo um sax de gosto duvidoso - quase estraga Todas as Mulheres, outra de Juca e Edu.(Marco Antonio Barbosa)
Uma sensação de deja vú, de estranha familiaridade, permeia o disco. Entreouve-se, alternadamente, ecos de Ivan Lins, Boca Livre, Clube da Esquina, Xangai - tudo misturado de um modo tal que o ouvinte tenha a impressão recorrente de que já ouviu algo parecido. Esse mimetismo é, a um só tempo, mostra de honestidade e malandragem dos compositores. É óbvio que tratam-se de compositores sérios e íntegros, batalhando para construir suas assinaturas autorais. Mas transparece uma certa "demagogia" em suas canções, feitas especificamente para agradar ao público dos festivais - prontinhas para ativar na memória dos espectadores essa ou aquela lembrança, de uma outra música/estilo/compositor bem parecidos...
Assim sendo, fica até difícil comentar com justiça e isenção a respeito de músicas feitas com fins tão específicos. São todas canções sólidas, com melodias bem construídas, mas que definitivamente tem vida curta fora dos auditórios para os quais foram concebidas. Talvez um capricho maior nos arranjos - todos bem simples - conferisse maior brilho a canções simpáticas como Lua do Brasil, de Juca e Edu, ou Cidades, esta cantada por Lucila Novaes. Altério é o mais versátil dos três: vai de sambinha populista (em Sou Mais Brasil) e também arrisca sonoridades solenes e harmonias mais encorpadas (Foi Assim). Por outro lado, o arranjo qualquer nota - incluindo um sax de gosto duvidoso - quase estraga Todas as Mulheres, outra de Juca e Edu.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
