É CACO DE VIDRO PURO
Cascabulho (2002)
2002
Via Som Music
VS200218
Crítica
Cotação:
O Cascabulho está incluído naquele rol de artistas que resiste bravamente trabalhando com boa música e que (por isso) enfrentam as dificuldades impostas pelo mercado musical brasileiro. O primeiro CD Fome Dá Dor de Cabeça, foi lançado em 1998, após inúmeros adiamentos. Em 2000, o vocalista Silvério Pessoa saiu e o grupo passou por uma reformulação total. Mais alguns percalços e, dois anos depois, chega o CD É Caco de Vidro Puro, pelo selo recifense VS Music. Da formação original do grupo pernambucano permanecem Kléber Magrão (que assumiu o vocal), Marcos Lopes e Jorge Martins. A estes, uniram-se Emanuel Santana, Guga Santos e Alexandre Ferreira. O produtor Luciano Oliveira também toca no CD, que tem participações, entre outras, de Tom Zé, Fred 04, Naná Vasconcelos e Marcos Suzano.
O que mais salta aos ouvidos no novo Cascabulho é o som marcado das guitarras e violas e a valorização dos pífanos. A faixa-título do CD nem faz jus à agressividade do nome: Caco de Vidro Puro ganha pelo ponteio de viola. Das Coisas da Meia-Quadra abre com um maracatu mais que elétrico; em Choro de Lera, um cacuriá da maranhense Dona Teté, as guitarras pesadíssimas e a percussão são indissociáveis; Feira de Santana, de Tom Zé, tem participação do próprio nos vocais.
O disco tem três instrumentais, duas com pifes à frente (Pife Torto e Eu Prefiro o Baião) e a bônus Passeando em New York, parceria de Jorge Martins com o baterista americano Scott Kettner. De autoria de Jorge é também Batecum, que começa tipo "jam session" e segue por um viés cheio de balanço. É bom relevar que o percussionista é determinante na sonoridade do disco. Vale ainda citar Samba de Atitude, que tem participação de Fred 04 nos vocais e cavaquinho, e a letra de No Mundo da Rua: "Desencana com a falta d"água no chuveiro/Cozinha "pipoca moderna" no teu pandeiro/se liga na luz elétrica do candeeiro". Pode se cortar sem medo, que o que vai jorrar é música da boa.(Mônica Loureiro)
O que mais salta aos ouvidos no novo Cascabulho é o som marcado das guitarras e violas e a valorização dos pífanos. A faixa-título do CD nem faz jus à agressividade do nome: Caco de Vidro Puro ganha pelo ponteio de viola. Das Coisas da Meia-Quadra abre com um maracatu mais que elétrico; em Choro de Lera, um cacuriá da maranhense Dona Teté, as guitarras pesadíssimas e a percussão são indissociáveis; Feira de Santana, de Tom Zé, tem participação do próprio nos vocais.
O disco tem três instrumentais, duas com pifes à frente (Pife Torto e Eu Prefiro o Baião) e a bônus Passeando em New York, parceria de Jorge Martins com o baterista americano Scott Kettner. De autoria de Jorge é também Batecum, que começa tipo "jam session" e segue por um viés cheio de balanço. É bom relevar que o percussionista é determinante na sonoridade do disco. Vale ainda citar Samba de Atitude, que tem participação de Fred 04 nos vocais e cavaquinho, e a letra de No Mundo da Rua: "Desencana com a falta d"água no chuveiro/Cozinha "pipoca moderna" no teu pandeiro/se liga na luz elétrica do candeeiro". Pode se cortar sem medo, que o que vai jorrar é música da boa.(Mônica Loureiro)
Faixas