ÉRAMOS QUATRO
Raimundos (2001)
Crítica
Cotação:
Então, os Raimundos sobreviveram. E isso é bom ou ruim? Ainda não dá para saber, só julgando por este Éramos 4 - que mais é um grito de "estamos vivos" do que um álbum de verdade. OK, a banda vai seguir sem Rodolfo. Mas este novo disco só tem uma amostra do que pode se esperar do futuro da banda com Digão nos vocais, e mesmo assim não chega a ser uma amostra significativa; a única canção nova nem sequer é nova... Desta forma, o CD se apresenta principalmente como um necessário divisor de águas entre as duas encarnações do grupo. E também um souvenir que vai unir novos e velhos fãs; ao mesmo tempo em que marca a separação da formação clássica, dá uma palinha (microscópica) do que pode vir a ser os Raimundos enquanto trio.
Partindo do princípio de que Sanidade, a única faixa nova (que na verdade pertence ao repertório primevo do grupo), é o que interessa, vamos lá. Digão canta melhor que Rodolfo - tem dicção mais clara e voz mais bem colocada. A música em si não acrescenta muito à formula punk ma non troppo que consagrou o grupo. Pesada mas ao mesmo tempo acessível, a canção reforça o paradigma sonoro da banda, ao invés de demonstrar qualquer possível novidade. Tirando isso, há duas piadas (Desculpe Mas Eu Vou Chorar e Nana Neném em ritmo punk, sendo que a última roça o crossover punk/heavy) e nada menos que 13 covers dos Ramones. Plataforma estética para a formação dos Raimundos, a banda de Joey Ramone é ressuscitada em versões adequadamente fiéis (embora um tanto mais velozes e ríspidas) de clássicos como Rockaway Beach, Sheena Is a Punk Rocker e I Wanna Be Well. Ao vivo, a voz de Rodolfo ficou muito parecida - intencionalmente - com a de Joey. E afinal, deu certo este Éramos 4? Sim, se a graça do trabalho era reconhecer a importância dos Ramones no som dos Raimundos. Pelo menos, nos antigos Raimundos. Agora, quem realmente quiser saber como o grupo vai ficar após a saída de Rodolfo, pode guardar seus cobres para o álbum inédito que Digão, Fred e Canisso prometem para o ano que vem.(Marco Antonio Barbosa)
Partindo do princípio de que Sanidade, a única faixa nova (que na verdade pertence ao repertório primevo do grupo), é o que interessa, vamos lá. Digão canta melhor que Rodolfo - tem dicção mais clara e voz mais bem colocada. A música em si não acrescenta muito à formula punk ma non troppo que consagrou o grupo. Pesada mas ao mesmo tempo acessível, a canção reforça o paradigma sonoro da banda, ao invés de demonstrar qualquer possível novidade. Tirando isso, há duas piadas (Desculpe Mas Eu Vou Chorar e Nana Neném em ritmo punk, sendo que a última roça o crossover punk/heavy) e nada menos que 13 covers dos Ramones. Plataforma estética para a formação dos Raimundos, a banda de Joey Ramone é ressuscitada em versões adequadamente fiéis (embora um tanto mais velozes e ríspidas) de clássicos como Rockaway Beach, Sheena Is a Punk Rocker e I Wanna Be Well. Ao vivo, a voz de Rodolfo ficou muito parecida - intencionalmente - com a de Joey. E afinal, deu certo este Éramos 4? Sim, se a graça do trabalho era reconhecer a importância dos Ramones no som dos Raimundos. Pelo menos, nos antigos Raimundos. Agora, quem realmente quiser saber como o grupo vai ficar após a saída de Rodolfo, pode guardar seus cobres para o álbum inédito que Digão, Fred e Canisso prometem para o ano que vem.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
14
Faixa interativa