FALE COMIGO
Rastapé (2000)
Crítica
Cotação:
Reação saudável à diluição da oxente music da tecladaria seriada de grupos como Mastruz com Leite, o chamado forró universitário multiplica suas hostes. O Rasta Pé é novinho em folha: foi fundado em junho de 1999 por Jorge do Acordeon e seus filhos Tico (guitarra, cavaco, violão) e Jorge Filho (percussão), todos paraibanos, mais os paulistas Jair (triângulo, pandeiro, percussão) e Marquinhos (zabumba) e logo começou a lotar os forrós do circuito universitário. A estréia em disco em O Som do Forró deu mole para o sucesso: só clássicos do ramo de compositores como Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Neste segundo, rola a verdadeira prova de fogo: o repertório traz inéditas de integrantes do grupo (a maioria assinada por Jorge Filho) e outros autores do ramo como Antonio Barros (Forró no claro), João Silva (O chineleiro, com J.B. de Aquino), Elino Julião (Vamos Xamegá, com Dilson Dória) e Zé Ramos (Pra Gente Vadiar). O resultado não é nada revolucionário, mas dá para esquentar os bailes apelidados com o nome do grupo, a despeito do excesso de xotes românticos (Colo de Menina, Beijo Roubado). Um Anjo do Céu (Quim/ Prata/ Marrara/ Marcelo), cover da banda brasiliense Maskavo (ex-Roots) promove o casamento sem esforço deste ritmo nordestino com o reggae. O rótulo forró universitário é assumido na faixa homônima ("chamo a rapaziada/ que estou indo para a balada e arrasta-pé") evocação de Itaúnas, cidade praieira do Espírito Santo (também homenageada em Luau em Dunas), considerada meca dessa tendência. O grupo mostra serviço nas instrumentais Redemoinho e Ventania (ambas de Jorginho do Acordeon), com pequenas inovações como a marcação de cavaquinho, enquanto o medley O Chineleiro e Vamo Xamegá vem balizado por banjo. Mantendo o suporte básico da sanfona (participação do mestre Oswaldinho) e zabumba, o forró altera (um pouco) o discurso mas segue seu curso.(Tárik de Souza)
Faixas
Vamos xamegá (Elino Julião - Dilson Dória)