FEITO BRASILEIRO
Miltinho Edilberto (2001)
Crítica
Cotação:
Miltinho Edilberto é um estranho no ninho do forró universitário, "cena" que ele mesmo ajudou a criar junto a grupos como o Falamansa e o Trio Virgulino. Sua disposição para cruzar gêneros se nota na ficha técnica deste Feito Brasileiro, que mistura nomes tão díspares quanto Maria Bethânia, Leandro Lehart e Oswaldinho do Acordeon. Na verdade, ME meio que inventou um estilo pessoal, que junta a cadência do xote a influências de música caipira (ele vem do interior de SP). Colocá-lo no saco do new forró seria limitar seu talento de compositor e violeiro, já aplaudido por gente como Lenine, Elba Ramalho e Alceu Valença.
Cantor de tom agradável e dono de muita habilidade na viola (já ganhou um Prêmio Sharp de música regional), Miltinho fez de Feito Brasileiro um álbum simpático, recheado com suas composições: assina dez entre 12 faixas. Como letrista, ME também fica além do rame-rame sentimentalóide que contagia muitos dos novos grupos de forró. Fala de basicamente de amor, com direito a seus eventuais clichês, mas também sabe fazer piadas espertas (como em Balanço do Busão e Sol Do Si Mi Ré Lá). Não há nenhum arrasta-pé arretado, apenas músicas mais adequadas para um bate-coxa mais lento.
É nesse balancê cadenciado que Miltinho registrou a maior parte das faixas, com direito a arranjos de Leandro Lehart - que figura como músico em várias canções. O clima às vezes é mais dançante (Inconseqüente, Balanço do Busão, Princesa Fulô, ou a faixa-título, enriquecida por uma contagiante marcação de pandeiro), noutras mais sutil e sentimental (Rua do Amor, À Segunda Vista). A madrinha Bethânia pontifica em Água e Azeite, esta mais caída para o caipira do que para o forró. A delicadeza de Olhos de Carol, bela balada na qual a técnica precisa de Miltinho na viola se mistura a um quinteto de cordas, confere inesperada pungência ao conjunto final.
(Marco Antonio Barbosa)
Cantor de tom agradável e dono de muita habilidade na viola (já ganhou um Prêmio Sharp de música regional), Miltinho fez de Feito Brasileiro um álbum simpático, recheado com suas composições: assina dez entre 12 faixas. Como letrista, ME também fica além do rame-rame sentimentalóide que contagia muitos dos novos grupos de forró. Fala de basicamente de amor, com direito a seus eventuais clichês, mas também sabe fazer piadas espertas (como em Balanço do Busão e Sol Do Si Mi Ré Lá). Não há nenhum arrasta-pé arretado, apenas músicas mais adequadas para um bate-coxa mais lento.
É nesse balancê cadenciado que Miltinho registrou a maior parte das faixas, com direito a arranjos de Leandro Lehart - que figura como músico em várias canções. O clima às vezes é mais dançante (Inconseqüente, Balanço do Busão, Princesa Fulô, ou a faixa-título, enriquecida por uma contagiante marcação de pandeiro), noutras mais sutil e sentimental (Rua do Amor, À Segunda Vista). A madrinha Bethânia pontifica em Água e Azeite, esta mais caída para o caipira do que para o forró. A delicadeza de Olhos de Carol, bela balada na qual a técnica precisa de Miltinho na viola se mistura a um quinteto de cordas, confere inesperada pungência ao conjunto final.
(Marco Antonio Barbosa)
Faixas