FIQUE PEIXE
Querosene Jacaré (2001)
2001
Independente
s/nº
Crítica
Cotação:
O tempo fez bem ao Querosene Jacaré, apesar de todos os pesares ocorridos com a banda nos últimos três anos (mudanças na formação, a morte do baixista Gordinho, dispensa da gravadora Paradoxx). No primeiro álbum, Você Não Sabe da Missa um Terço, o grupo alinhava-se, de modo meio indistinto, a uns tantos outros egressos do manguebeat ou a terceiros (praticantes da tal "mistura de rock e ritmos regionais). Mas em Fique Peixe o quarteto retorna com um som mais vigoroso - ainda que menos pesado - e pessoal, refletindo uma série de novas influências e a redescoberta das invencionices sambísticas de Jorge Ben.
O combustível do Querosene agora tem octanagens diversas. Eles abrem o disco com rock pesado, mas pleno de suíngue (com Banana Elétrica e Que Carro É Esse?, registro que retorna em Aonde Ninguém Vê); mergulham sem medo em uma latinidad que não causaria estranheza aos fãs do Acabou La Tequila (Boca de Oro); brincam de ciranda movida a guitarras distorcidas (Sandália de Dedo, com participação de Eder "O" Rocha, percussionista do Mestre Ambrósio); e saem-se admiravelmente bem em uma sutil "bossa nóia" com vocal em inglês (Samba Pra Alguém).
Mas também tem samba-rock funkeado, como Andando de Kombi ou Problema de Visão, ou pesadão, em Não Leva o Meu Samba. Mimetizam o mundo livre S/A - ou melhor, a matriz jorgebeniana do vocal de Fred 04 - na malemolente Adivinhe Quem, e ainda assim conseguem imprimir seu próprio sotaque sônico.
Ao distanciar-se dos estereótipos sônicos do que se convencionou chamar de manguebeat, o QJ conseguiu um resultado muito mais interessante (e sincero) do que se podia esperar - e ao mesmo, mantêm viva a chama de renovação acesa na música pop brazuca por Chico, Fred & cia. Um ótimo disco de legítimo rock brasileiro.(Marco Antonio Barbosa)
O combustível do Querosene agora tem octanagens diversas. Eles abrem o disco com rock pesado, mas pleno de suíngue (com Banana Elétrica e Que Carro É Esse?, registro que retorna em Aonde Ninguém Vê); mergulham sem medo em uma latinidad que não causaria estranheza aos fãs do Acabou La Tequila (Boca de Oro); brincam de ciranda movida a guitarras distorcidas (Sandália de Dedo, com participação de Eder "O" Rocha, percussionista do Mestre Ambrósio); e saem-se admiravelmente bem em uma sutil "bossa nóia" com vocal em inglês (Samba Pra Alguém).
Mas também tem samba-rock funkeado, como Andando de Kombi ou Problema de Visão, ou pesadão, em Não Leva o Meu Samba. Mimetizam o mundo livre S/A - ou melhor, a matriz jorgebeniana do vocal de Fred 04 - na malemolente Adivinhe Quem, e ainda assim conseguem imprimir seu próprio sotaque sônico.
Ao distanciar-se dos estereótipos sônicos do que se convencionou chamar de manguebeat, o QJ conseguiu um resultado muito mais interessante (e sincero) do que se podia esperar - e ao mesmo, mantêm viva a chama de renovação acesa na música pop brazuca por Chico, Fred & cia. Um ótimo disco de legítimo rock brasileiro.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
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