FOLKLORE NUTS
M4J (2000)
Crítica
Cotação:
Formado pelos produtores e DJs Mau Mau, Marcelo SK, Manoel Vanni e Franco Junior, o M4J caça temas (ritmos & climas) brasileiros para suas experiências eletrônicas. Depois da estréia quase didática, antenada no samba de Brazil Eletronic Experience, eles se voltam para o universo nordestino e adjacências incluindo a macumba. Ainda antes da revolução dos bits, Tom Zé em 1976 desmontou o gênero principal do país em Estudando o Samba. A ambição do M4J em Folklore Nuts não chega a tanto. Eles utilizam células do ritmo original como em Um Baião já temperadas para o ambiente tecnológico com direito (no caso) a um vocal sintetizado que lembra o computador falante Alpha 60 do filme Alphaville, de Jean-Luc Godard. Folk’N’Beat incorpora algo de congada. O xaxado come em Favela É Fato e A Chave do Paraíso. Já Forró com F tem pouco a ver com a matriz, difundida por Luiz Gonzaga. É a única faixa não assinada pelo quarteto e ressalta a participação de Jarbas Mariz (co-autor com Lula Cortes) nos vocais e percussão também das cinco músicas anteriores do disco. Apesar do nome, Paulicéia reflete muito mais os ecos da imigração nordestina na maior cidade do país, reforçada pela vinheta seguinte, Tuning, um giro de radinho de pilha por programas sertanejos. Macumba e Embolada exploram superficialmente as riquíssimas fontes originárias. Faltou uma identificação mais orgânica do quarteto com as escolhas, mas Tropicália, alicerçada na batida de bateria introdutória da faixa Sebastiana (Rosil Cavalcanti) do primeiro disco de Gal Costa, tem uma boa superposição de atmosferas do movimento.(Tárik de Souza)