FORRÓ DA BARONESA
Gereba / Bendegó (2000)
Crítica
Cotação:
Uma particularidade: a baronesa homenageada na faixa-título é a forrozeira Lu Brandão, mãe de Branco Mello dos Titãs, que costuma apresentar-se no Projeto Equilíbrio, em São Paulo. Gereba, baiano de Monte Santo, vem de longe. Além do grupo Bendegó (batizado com o nome do meteorito que caiu perto de sua cidade), ele atuou como músico e arranjador de Caetano Veloso a Macalé e Moraes Moreira e teve músicas gravadas por Elizeth Cardoso, Beth Carvalho, Amelinha e Anastácia. Em 1997, lançou por este mesmo selo um disco sobre a epopéia de Canudos. Neste forró, a proposta é dançante, mas nem o líder nem seus convivas (Oswaldinho do Acordeon, Grupo Zambê, Bernadete França) descuidam da forma ou da variedade. O xote com seu ritmo decupado (Vem Vem, Você e Tu, Batom) convive com o picote do coco (Tudo Liga Tudo, A Chama do Zambê) e a velocidade da quadrilha (Forró Vida Balão) além da Rancheira ("o forró já começou/ bote o disco de Luiz"), sucesso certo nos arrasta-pés nordestinos. Exceto o enfezado instrumental Forró Brabo (Olívio Filho), Gereba é autor de todas as faixas ao lado de parceiros como Tuzé de Abreu, Arnaldo Xavier, Carlos Pitta, João Bá, Saldanha Rolim, entre outros. Do dobrado/frevo Cinema do Hermeto ao palmeado Pirilambo do Uauá, o disco de Gereba – descontado o fanático corintiano Arrasta-Pé da Fiel – não tem contra-indicações. Segue a tradição de Luiz Gonzaga a Jackson do Pandeiro de que a música popular pode ser simples sem chafurdar no banal.
(Tárik de Souza)
Faixas