FORRÓ LUNAR
Alceu Valença (2001)
2001
Columbia
2-495977
Crítica
Cotação:
Alceu Valença não perde a eletricidade nem mesmo no formato acústico, pé-de-serra, deste Forró Lunar. Um dos mais característicos intérpretes e compositores da MPB, pai do forrock, ele realiza aqui o que, de cara, parece ser mais um projeto na linha de Forró de Todos os Tempos (seu disco de 1998). Mas não é bem por aí. Apesar do instrumental típico, com zabumba e sanfona, este é um dos bons e movimentados discos de carreira de Alceu - aliás, o primeiro mesmo de carreira desde Maracatus, Batuques e Ladeiras, de 94. Predominam em Forró Lunar as suas composições - boas canções, que se favorecem de arranjos acústicos, mais limpos e simples. A faixa título é das mais divertidas, puxada pela dobradinha de sanfona e violão (do fiel escudeiro Paulo Rafael). "Eu vou para Olinda/ viver de amor e sonhar/ ouvir Dona Selma [do Coco] cantar/ no forró lunar", canta Alceu. Dois xotes (aparentados do reggae) se destacam no disco: Sonhei de Cara (já gravado pelo cantor em Leque Moleque, de 87) e Xote Delicado. Cordas embelezam a já bonita Quando Fugias de Mim e o clima é de festa em Noite de São João.
Um dos grandes baratos de Forró Lunar está nas aliterações das letras, como na de Pé de Rosa: "O pé de Rosa na sala/ o pé-de-serra de pé/ No pé de Selma [mais uma menção à Rainha do Coco!] a sandália/ Se arrasta no rasta-pé". Cheia de sabedoria ("Pra quem sofre de dor de cotovelo/ o remédio é forró, xote e baião"), a música ainda conta com uma das impagáveis imitações de Alceu - Luiz Gonzaga é a vítima. No mesmo ritmo das aliterações, segue Balalaica, que foi feita a partir de uma esperta adaptação de Augusto de Campos para poema do russo Maiakóvski. Ela casa bem com a faixa seguinte, Forró Concreto ("embola a massa e o concreto na caçamba"), que por sua vez faz excelente par com o Vô Embolá, de Zeca Baleiro. Depois de incursão não muito feliz pela Abril Music com o ao vivo Todos os Cantos (que, mesmo assim, nos deu a boa inédita Dolly, Dolly), Forró Lunar vem como uma boa notícia. Há um punhado de sucessos esperando o rádio - pena que ele tenha que depender da boa vontade do público com o forró, gênero que Alceu sempre prestigiou, embora nem todo mundo hoje em dia lembre.(Silvio Essinger)
Um dos grandes baratos de Forró Lunar está nas aliterações das letras, como na de Pé de Rosa: "O pé de Rosa na sala/ o pé-de-serra de pé/ No pé de Selma [mais uma menção à Rainha do Coco!] a sandália/ Se arrasta no rasta-pé". Cheia de sabedoria ("Pra quem sofre de dor de cotovelo/ o remédio é forró, xote e baião"), a música ainda conta com uma das impagáveis imitações de Alceu - Luiz Gonzaga é a vítima. No mesmo ritmo das aliterações, segue Balalaica, que foi feita a partir de uma esperta adaptação de Augusto de Campos para poema do russo Maiakóvski. Ela casa bem com a faixa seguinte, Forró Concreto ("embola a massa e o concreto na caçamba"), que por sua vez faz excelente par com o Vô Embolá, de Zeca Baleiro. Depois de incursão não muito feliz pela Abril Music com o ao vivo Todos os Cantos (que, mesmo assim, nos deu a boa inédita Dolly, Dolly), Forró Lunar vem como uma boa notícia. Há um punhado de sucessos esperando o rádio - pena que ele tenha que depender da boa vontade do público com o forró, gênero que Alceu sempre prestigiou, embora nem todo mundo hoje em dia lembre.(Silvio Essinger)
Faixas