GONZAGUINHA
Gonzaguinha (2001)
Crítica
Cotação:
Os fãs ávidos por material inédito e raro vão se emocionar com este Luiz Gonzaga Jr - Gonzaguinha. A Universal Music reuniu no CD 11 músicas do início da carreira do cantor e compositor, que estavam aleatoriamente gravadas em compactos do final da década de 60 e início de 70. O "clima" da coletânea é de festival. Não somente pelo motivo óbvio de algumas terem participado dos concursos - como Pobreza por Pobreza no I Festival Universitário da Música Brasileira ou Um Abraço Terno em Você, Viu Mãe, no V Festival Internacional da Canção - porém mais pela voz e poesias de Gonzaguinha.
Moleque, composição de 69 que abre o disco, é um dos exemplos mais fortes: Gonzaguinha com uma voz empostada, dentro de um rico e curioso arranjo. De um lado uma sonoridade popular, de outro erudita, funcionando como se fossem duas músicas ao mesmo tempo, com uma só letra. Uma característica que foi se diluindo ao decorrer da carreira de Gonzaguinha aparece neste CD de forma concentrada: letras explodindo em inspiração, complexidade e repletas de mensagens. E muitas vezes irônicas, como em Plano Sensacional ("Felicidade a prazo, diz o anúncio (...) eu sonho e vejo o fim em close/Teu herói acabou de perder"). Imagine isso em 1971, em plena ditadura do presidente Médici, quando tudo passava pelo crivo da censura... Os raros momentos românticos - ou melhor, amorosos, para não haver confusão com brega - estão em Eu Quero, só no violão, e Por um Segundo. E uma curiosidade: o CD traz uma última faixa bônus na qual Jorge Nery interpreta Pobreza por Pobreza, único registro existente da canção. O projeto é honesto ao informar, no encarte, o porquê da falta de ficha técnica original. As gravações foram extraídas de compactos, que há 30 anos não traziam nenhum tipo de informação. Belo exemplo para gravadoras que vivem relançando vinis em CD e não incluem as respectivas fichas técnicas por total descaso.(Mônica Loureiro)
Moleque, composição de 69 que abre o disco, é um dos exemplos mais fortes: Gonzaguinha com uma voz empostada, dentro de um rico e curioso arranjo. De um lado uma sonoridade popular, de outro erudita, funcionando como se fossem duas músicas ao mesmo tempo, com uma só letra. Uma característica que foi se diluindo ao decorrer da carreira de Gonzaguinha aparece neste CD de forma concentrada: letras explodindo em inspiração, complexidade e repletas de mensagens. E muitas vezes irônicas, como em Plano Sensacional ("Felicidade a prazo, diz o anúncio (...) eu sonho e vejo o fim em close/Teu herói acabou de perder"). Imagine isso em 1971, em plena ditadura do presidente Médici, quando tudo passava pelo crivo da censura... Os raros momentos românticos - ou melhor, amorosos, para não haver confusão com brega - estão em Eu Quero, só no violão, e Por um Segundo. E uma curiosidade: o CD traz uma última faixa bônus na qual Jorge Nery interpreta Pobreza por Pobreza, único registro existente da canção. O projeto é honesto ao informar, no encarte, o porquê da falta de ficha técnica original. As gravações foram extraídas de compactos, que há 30 anos não traziam nenhum tipo de informação. Belo exemplo para gravadoras que vivem relançando vinis em CD e não incluem as respectivas fichas técnicas por total descaso.(Mônica Loureiro)
Faixas
8
O trem (você se lembra daquela nega maluca que desfilou nua pelas ruas de Madureira?) - ao vivo
(Luiz Gonzaga Jr.)
(Luiz Gonzaga Jr.)