HOJE AMANHÃ
Geraldo Azevedo (2000)
Crítica
Cotação:
Um disco de Geraldo Azevedo é sempre a promessa de música boa, sem concessões à indústria da mediocridade. O cantor e compositor não perdeu o sotaque nem a musicalidade com os anos, mesmo agora quando optou por gravar seu novo CD, Hoje e Amanhã, em Los Angeles. Assinando dez das doze faixas, ao lado de diversos parceiros, há um predomínio do clima romântico, tranqüilo e intimista no disco – mesclando gêneros nordestinos e latinos com um quê de internacional. A primeira música é um baião gostoso, Onde Tu Vai, João (Erasto de Holanda). Ainda no gênero raiz, o xote Tá Querendo (Geraldo e Capinan) é daquelas músicas bem brejeiras, bem Nordeste, que poderia ter sido gravada tranqüilamente por um Luiz Gonzaga. A faixa-título, por sua vez, é uma canção climática, no gênero Dia Branco. Jardim do Éden (Geraldo e Carlos Fernando) é um bolero delicioso, sem deprê, estilo João Bosco. Lá pelas tantas, aparece outro inesperado flerte com a latinidad, Una Palavra, de autoria de Pippo Spera, com direito vocais e orquestração inconfundíveis do sempre elegante Dori Caymmi. A canção zen É Muito Querido A Mim (Geraldo e Rogério Duarte) tem letra utópica e ares de mantra indiano. Geraldo fez um CD bem corajoso, pois tem apenas canções inéditas, num momento em que o mercado fonográfico brasileiro vem recorrendo excessivamente às regravações nos discos dos grandes nomes da MPB. Além disso, é bem cuidado, bem gravado e riquíssimo em detalhes. Um antídoto contra a neurose urbana.(Rodrigo Faour)
Faixas
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