HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES
Vários Intérpretes / Cássia Eller / Video Hits / Nei Lisboa / Ultramen / Pato Fu (2002)
Crítica
Cotação:
O mercado brasileiro de trilhas sonoras para cinema tem ficado, do fim dos anos 90 para cá, cada vez mais incrementado e interessante. Bons exemplos recentes podem ser citados, de cara: Bicho de Sete Cabeças, Bufo & Spallanzani, O Invasor - filmes que exibiram uma preocupação em integrar música e imagens, num conjunto coerente, mas que também produziram CDs que se sustentam longe do cinema. Pensando assim, o primeiro longa-metragem de Jorge Furtado, Houve Uma Vez Dois Verões, periga ser o mais bem-sucedido do lote. O filme, uma história de romance adolescente passado no litoral gaúcho, ainda não teve estréia nacional. Mas o disco já está nas lojas e, mesmo que na tela grande a fita decepcione, o CD vale muito a pena. Investindo em nomes novos e recentes do rock do Rio Grande do Sul, o disco (produzido por Leo Henkin) é uma refrescante compilação de sons que remetem a um passado idílico de nosso pop. Ou, melhor dizendo, uma idílica confluência entre valores e sonoridades importados do passado (Jovem Guarda e rock inglês sixties na cabeça) com uma iconoclastia totalmente contemporânea. Deu mais do que certo.
Quase todas as músicas foram gravadas especialmente para a trilha, dando um quê a mais de coerência no final das contas. Há muito pop sessentista simpaticíssimo, sincero (seja com o Papas na Língua, os Jaywalkers ou com o cult Frank Jorge) ou sacana (na versão de My Pledge of Love feita pelo Ultramen). Na mesma onda vem a despedida discográfica dos finados Video Hits, que antes de se dissolverem gravaram Perdido e Meio, os novatos Nikita (com a quase-instrumental Let's Surf). E, nem tão diferente, mas com uma inspiração mais punk, o Tequila Baby comparece com a rapidinha Não Faço Este Tipo. Quase um hors-concours dentro do rock gaúcho, Wander Wildner chega transbordando de ironia (e inglês macarrônico), mas mesmo assim emocionado, misturando guitarras pesadas e naipe de cordas. Onde? Num cover da breguíssima Without You, que acabou sendo uma das melhores do disco. Fora dos pampas, Cássia Eller sobra, mandando ótima "versão da versão" de Born to Cry (Nasci Para Chorar, por Erasmo Carlos), 100% no clima do disco/filme. E o Pato Fu vem eletronizando - sem deixar o sotaque pop - Coração Tranqüilo, de Walter Franco.(Marco Antonio Barbosa)
Quase todas as músicas foram gravadas especialmente para a trilha, dando um quê a mais de coerência no final das contas. Há muito pop sessentista simpaticíssimo, sincero (seja com o Papas na Língua, os Jaywalkers ou com o cult Frank Jorge) ou sacana (na versão de My Pledge of Love feita pelo Ultramen). Na mesma onda vem a despedida discográfica dos finados Video Hits, que antes de se dissolverem gravaram Perdido e Meio, os novatos Nikita (com a quase-instrumental Let's Surf). E, nem tão diferente, mas com uma inspiração mais punk, o Tequila Baby comparece com a rapidinha Não Faço Este Tipo. Quase um hors-concours dentro do rock gaúcho, Wander Wildner chega transbordando de ironia (e inglês macarrônico), mas mesmo assim emocionado, misturando guitarras pesadas e naipe de cordas. Onde? Num cover da breguíssima Without You, que acabou sendo uma das melhores do disco. Fora dos pampas, Cássia Eller sobra, mandando ótima "versão da versão" de Born to Cry (Nasci Para Chorar, por Erasmo Carlos), 100% no clima do disco/filme. E o Pato Fu vem eletronizando - sem deixar o sotaque pop - Coração Tranqüilo, de Walter Franco.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas