JANELAS
Fred Martins (2001)
Crítica
Cotação:
Fred Martins é um não-alinhado na tal da renovação da MPB que muitos insistem em enxergar. Sem fazer pose de revolucionário nem apelar para discursos vãos, o niteroiense trabalha à moda antiga. Ou seja: confiando em seu talento. Janelas mostra que o rapaz não precisa de muito mais que isso para convencer. A agradável coleção de canções do álbum revela um compositor eclético e seguro, com características próprias - ao mesmo tempo em que não nega suas raízes MPBísticas, influenciado pelo melodismo da turma de Minas (Venturini, Beto Guedes...), não se furta a impregnar suas criações com um inconfundível sabor pop. Deve ter contribuído para tanto a produção de Rafael Ramos, que deu uma cara guitarreira ao som acústico de Fred e encorpou os arranjos (que contaram com feras como Jurim Moreira, Vittor Santos e Fábio Fonseca). Assim, com pouco papo e música mais que a suficiente, Martins parece estar na dianteira de sua geração, esteja ela onde estiver.
Uniforme sem ser chato, Janelas deixa-se ouvir bem e na segunda ou terceira audição cresce em detalhes. Começa impressionando, com a batida roqueira na faixa de abertura, Tempo Afora - na qual um arranjo de cordas sublinha a melodia tensa. E segue variando bem os climas. Fred soa beatlesco na música-título, e pula no tempo - dos anos 60 para os 70 - em Uma Simples Canção, plena de inspiração setentista. Novamente, a canção que (na voz de Ney Matogrosso) revelou o compositor ao mundo, retorna com um arranjo que incorpora cítara e acordeom. Mais liberdade estética está presente nas pequenas viagens dos reggaes Flores e Quero Mais, no tom quase-sambístico de 996 e na recriação de Fulô da Maravilha - um forró envenenado pelo teclado Moog de Fábio Fonseca, no único momento dançante do disco.(Marco Antonio Barbosa)
Uniforme sem ser chato, Janelas deixa-se ouvir bem e na segunda ou terceira audição cresce em detalhes. Começa impressionando, com a batida roqueira na faixa de abertura, Tempo Afora - na qual um arranjo de cordas sublinha a melodia tensa. E segue variando bem os climas. Fred soa beatlesco na música-título, e pula no tempo - dos anos 60 para os 70 - em Uma Simples Canção, plena de inspiração setentista. Novamente, a canção que (na voz de Ney Matogrosso) revelou o compositor ao mundo, retorna com um arranjo que incorpora cítara e acordeom. Mais liberdade estética está presente nas pequenas viagens dos reggaes Flores e Quero Mais, no tom quase-sambístico de 996 e na recriação de Fulô da Maravilha - um forró envenenado pelo teclado Moog de Fábio Fonseca, no único momento dançante do disco.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas