JOBINIANDO
Tom Jobim / Ivan Lins (2001)
Crítica
Cotação:
Não é por ser um disco explicitamente "para inglês ver" (ou ouvir?), que Jobiniando é um trabalho desprovido de atrativos aos ouvintes brasileiros. Ivan Lins imantou-se do espírito de Tom Jobim para fazer um tributo ao mestre da bossa nova, que não se limita à recriação dos standards do compositor, e sim procura incorporar o estilo e a estética de Tom à sua própria musicalidade. Resulta daí um álbum plácido, com destaque para as harmonias bem-construídas - influência de Jobim sobre Ivan que já vem de longe - e que contrasta com o ecletismo exibido em A Cor do Pôr-do-sol, de 2000, o último trabalho autoral de Ivan.
Com a colaboração de Roberto Menescal, Ivan Lins recuperou, a seu estilo, alguns números "básicos" do catálogo jobiniano. Tudo vem envolto em arranjos leves e econômicos, deixando espaço para a voz. Como cantor, Ivan está mais suave do que nunca, abandonando os tons altos e adequando sua performance ao clima sutil das melodias de Jobim. Eu Sei que Vou Te Amar (reduzida basicamente a piano e voz), Dindi (com uma bem colocada seção de sopros) e Samba do Avião (na qual Ivan quase declama a letra) ficam entre as melhores versões do disco. No mesmo pacote, ficou bem ao estilo de Tom a regravação do standard americano Time After Time, sucesso com Frank Sinatra.
A porção compositor de Ivan vem bastante impregnada de "jobinitude", a partir da faixa-título - dobradinha com Martinho da Vila, de bela melodia. Rio de Maio é talvez o melhor exemplo da simbiose entre o universo do homenageado e o do homenageador: de melodia e desenvolvimento tipicamente jobinianos, a música segue num suave crescendo harmônico bem característico da obra de Ivan. Em Acaso, o cantor segue o mesmo esquema. Num disco predominantemente sem surpresas, chama a atenção a versão em inglês de Soberana Rosa. Renomeada She Walks This Earth, a canção quebra o clima do disco com sua sonoridade discretamente eletrônica.(Marco Antonio Barbosa)
Com a colaboração de Roberto Menescal, Ivan Lins recuperou, a seu estilo, alguns números "básicos" do catálogo jobiniano. Tudo vem envolto em arranjos leves e econômicos, deixando espaço para a voz. Como cantor, Ivan está mais suave do que nunca, abandonando os tons altos e adequando sua performance ao clima sutil das melodias de Jobim. Eu Sei que Vou Te Amar (reduzida basicamente a piano e voz), Dindi (com uma bem colocada seção de sopros) e Samba do Avião (na qual Ivan quase declama a letra) ficam entre as melhores versões do disco. No mesmo pacote, ficou bem ao estilo de Tom a regravação do standard americano Time After Time, sucesso com Frank Sinatra.
A porção compositor de Ivan vem bastante impregnada de "jobinitude", a partir da faixa-título - dobradinha com Martinho da Vila, de bela melodia. Rio de Maio é talvez o melhor exemplo da simbiose entre o universo do homenageado e o do homenageador: de melodia e desenvolvimento tipicamente jobinianos, a música segue num suave crescendo harmônico bem característico da obra de Ivan. Em Acaso, o cantor segue o mesmo esquema. Num disco predominantemente sem surpresas, chama a atenção a versão em inglês de Soberana Rosa. Renomeada She Walks This Earth, a canção quebra o clima do disco com sua sonoridade discretamente eletrônica.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Triste (Tom Jobim)
Promessas (Tom Jobim)