KYZUMBA
João Parahyba (2000)
2000
YBrazil?Music
JP-001
Crítica
Cotação:
Se você é um daqueles que não se identificam com a atual onda de sons ritmos eletrônicos que já invadiu até a música popular brasileira, vale a pena conhecer esse álbum de João Parahyba. O veterano percussionista e fundador do saudoso Trio Mocotó mostra como é possível usar instrumentos e recursos eletrônicos sem soar como música feita por (e para) robôs - impressão deixada por grande parte da produção eletrônica que se ouve por aí. A diferença se explica, antes de tudo, pelo fato de Parahyba dispor de uma vasta bagagem musical, acumulada em mais de três décadas de carreira, tocando samba, MPB, jazz e música instrumental brasileira. Além disso, diferentemente de grande parte da garotada eletrônica, que faz somente colagens a partir de trechos sampleados de músicas já existentes, Parahyba usa sons reprocessados de sua própria percussão para compor novas obras.
Gravado originalmente em 1993 e 1994, Kyzumba não soa nem um pouco datado. Parahyba avisa que o ouvinte deveria começar pela última faixa do CD, Kié, concebida como a primeira (um erro na gravação do master alterou a ordem imaginada pelo compositor). Ritmos de candomblé servem de base nessa composição para uma trilha sonora quase dramática, pontuada por intervenções jazzísticas do trompetista Walmir Gil e do gaitista Milan Mladenovic. Samba de gafieira e jazz se fundem na inusitada Maria’s Serenade, que destaca solos do mesmo Gil, de Proveta (clarinete) e François (trombone). Em Tacaruna, as levadas eletrônicas de Parahyba embutem dançantes ritmos de forró, apimentados pelas intervenções acústicas de Toninho Ferragutti (acordeon) e Pitoco (clarinete). Mais lírica, Sancristobal une vocalises da cantora Jane Duboc e o violão de Luiz do Monte. Ritmos de samba também estão nas bases da faixa-título, de Crab Dance e Number One. Para a grande maioria dos DJs que andam por aí, Kyzumba pode servir como uma útil cartilha de música eletrônica feita para humanos.(Carlos Calado)
Gravado originalmente em 1993 e 1994, Kyzumba não soa nem um pouco datado. Parahyba avisa que o ouvinte deveria começar pela última faixa do CD, Kié, concebida como a primeira (um erro na gravação do master alterou a ordem imaginada pelo compositor). Ritmos de candomblé servem de base nessa composição para uma trilha sonora quase dramática, pontuada por intervenções jazzísticas do trompetista Walmir Gil e do gaitista Milan Mladenovic. Samba de gafieira e jazz se fundem na inusitada Maria’s Serenade, que destaca solos do mesmo Gil, de Proveta (clarinete) e François (trombone). Em Tacaruna, as levadas eletrônicas de Parahyba embutem dançantes ritmos de forró, apimentados pelas intervenções acústicas de Toninho Ferragutti (acordeon) e Pitoco (clarinete). Mais lírica, Sancristobal une vocalises da cantora Jane Duboc e o violão de Luiz do Monte. Ritmos de samba também estão nas bases da faixa-título, de Crab Dance e Number One. Para a grande maioria dos DJs que andam por aí, Kyzumba pode servir como uma útil cartilha de música eletrônica feita para humanos.(Carlos Calado)
Faixas
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