LEMBRANDO DE VOCÊ
Dominguinhos (2001)
Crítica
Cotação:
Correndo para não perder o animado bonde dos lançamentos das festas juninas, Dominguinhos solta seu 33º disco, Lembrando de Você. O mestre maior da sanfona diminiu a velocidade de seu arrasta-pé, mas ainda mantém-se dignamente no páreo da música nordestina. Se falta novidade (e às vezes criatividade) no disco, o que vale é o clima de forró genuíno, distante tanto da simpatia forçada do "som universitário" quanto da pasteurização tecladeira dos Mastruzes Com Leite da vida.
O tal do "forró romântico" se manifesta em boa parte das músicas, seja no cadenciado xote da faixa-título, no andamento rapidinho de Carinho Gostoso ou na desnecessária - apelativa? - versão de Caminhos do Mar tema de abertura que Dudu Falcão, Dorival & Danilo Caymmi escreveram para a telenovela Porto dos Milagres. É nesse registro, caindo para a brejeirice, que o sanfoneiro aproveita para apresentar sua filha, a cantora Liv Moraes (em Desenho). E também para apresentar uma nova composição de Targino Gondim (autor do sucesso Esperando na Janela), Meu Amor Quem Dera. O pendor sentimental soa melhor no auto-revisitado sucesso Quem Me Levará Sou Eu (que ganhou um tom abolerado, longe do quase-sertanejo da versão original).
Dominguinhos faz melhor quando recorre para a nordestinidade mais rústica, como na malandra Peba na Pimenta e na recriação de O Vendedor de Caranguejo, de Gordurinha. E só deixa a poeira subir de verdade na última música, Oswaldiana, instrumental em homenagem a Oswaldinho do Acordeom no qual se evidencia o decantado talento do sanfoneiro. Um disco simpático, que até consegue se equilibrar entre o oportunista e o oportuno.(Marco Antonio Barbosa)
O tal do "forró romântico" se manifesta em boa parte das músicas, seja no cadenciado xote da faixa-título, no andamento rapidinho de Carinho Gostoso ou na desnecessária - apelativa? - versão de Caminhos do Mar tema de abertura que Dudu Falcão, Dorival & Danilo Caymmi escreveram para a telenovela Porto dos Milagres. É nesse registro, caindo para a brejeirice, que o sanfoneiro aproveita para apresentar sua filha, a cantora Liv Moraes (em Desenho). E também para apresentar uma nova composição de Targino Gondim (autor do sucesso Esperando na Janela), Meu Amor Quem Dera. O pendor sentimental soa melhor no auto-revisitado sucesso Quem Me Levará Sou Eu (que ganhou um tom abolerado, longe do quase-sertanejo da versão original).
Dominguinhos faz melhor quando recorre para a nordestinidade mais rústica, como na malandra Peba na Pimenta e na recriação de O Vendedor de Caranguejo, de Gordurinha. E só deixa a poeira subir de verdade na última música, Oswaldiana, instrumental em homenagem a Oswaldinho do Acordeom no qual se evidencia o decantado talento do sanfoneiro. Um disco simpático, que até consegue se equilibrar entre o oportunista e o oportuno.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
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