LULLABY
Ragnarok (2001)
2001
Tamborete Entertainment
TMB 015
Crítica
Cotação:
Este é o segundo álbum do Ragnarok, grupo mineiro que em seu primeiro álbum flertava com os tais "ritmos regionais" em meio a um rock bem pesado. Agora, quase quatro anos depois, o som do trio está mais agressivo ainda, e bem antenado com o que há de moderno em termos de rock pesado. Certamente, a sonoridade de Lullaby não pode ser recomendada "sem contra-indicações" para qualquer ouvinte; apenas os acostumados às pedradas do heavy metal vão passar incólumes pelas dez turbulentas faixas do CD.
A primeira impressão, causada por músicas como Morra Amanhã ou E Assim Vou, é que o grupo faz um heavy metal aparentado ao (conterrâneo) Sepultura fase Roots - com guitarras escorchantes mescladas a um forte trabalho de percussão. Mas o grupo não fica apenas na macumba para turista. Eles também demonstram estar antenados com as recentes tendências internacionais do rock pesado, como o dito nu-metal de bandas como Deftones e Korn. Ritmos quebrados, sincopados (Quem Eu Sou?, Acordado em Outro Lugar), influências de metal industrial (Lullaby) e aproximações com o thrash metal (em Deus) ajudam a dar um caldo maior à sonoridade do Ragnarok. Outro detalhe nada irrelevante são as letras, praticamente todas em português, que fogem do vácuo neuronal geralmente associado ao metal. São textos que revelam uma visão claustrofóbica e pessimista do mundo, escritas em grande parte pelo baixista Cássio - que demonstra ter com as palavras a mesma habilidade cortante que tem no instrumento. Aliadas à contundência sonora, as letras somam bastante na originalidade do Ragnarok.
(Marco Antonio Barbosa)
A primeira impressão, causada por músicas como Morra Amanhã ou E Assim Vou, é que o grupo faz um heavy metal aparentado ao (conterrâneo) Sepultura fase Roots - com guitarras escorchantes mescladas a um forte trabalho de percussão. Mas o grupo não fica apenas na macumba para turista. Eles também demonstram estar antenados com as recentes tendências internacionais do rock pesado, como o dito nu-metal de bandas como Deftones e Korn. Ritmos quebrados, sincopados (Quem Eu Sou?, Acordado em Outro Lugar), influências de metal industrial (Lullaby) e aproximações com o thrash metal (em Deus) ajudam a dar um caldo maior à sonoridade do Ragnarok. Outro detalhe nada irrelevante são as letras, praticamente todas em português, que fogem do vácuo neuronal geralmente associado ao metal. São textos que revelam uma visão claustrofóbica e pessimista do mundo, escritas em grande parte pelo baixista Cássio - que demonstra ter com as palavras a mesma habilidade cortante que tem no instrumento. Aliadas à contundência sonora, as letras somam bastante na originalidade do Ragnarok.
(Marco Antonio Barbosa)