MAQUINARAMA
Skank (2000)
2000
Chaos/Sony Music
898.474/2-495686
Crítica
Cotação:
O Skank jamais teve a pretensão de ser mais do que uma simples banda pop. Nunca precisou fazer rap ou se render à música eletrônica para soar moderninho. No novo disco, Maquinarama, a banda mineira teve a coragem de abandonar uma fórmula que há anos vinha dando certo (foram quatro milhões de discos vendidos em quatro lançamentos) para apostar no mais manjado dos gêneros musicais: o rock. Não poderia ser mais bem-sucedido. O disco tem faixas deliciosas, daquelas de colar no ouvido e não sair mais. É o caso de Três Lados, Ela Desapareceu (qualquer semelhança com Like a Rolling Stones, de Bob Dylan, é mera coincidência), Balada do Amor Inabalável, Muçulmano, A Última Guerra e Fica. O grupo só perde um pouco o ritmo quando quer ser sério demais. É o caso de Rebelião, em que Samuel, ao som da guitarra do sepultura Andreas Kisser, canta contra as nossas injustiças sociais: "A porta, a porra dessa masmorra/ Nem a educação do colégio Rousseau/ Pode dar conta do que aqui se passa/ Flores do Mal! Luz do Horror". Não pega. Roqueiro tem de ter cara e pinta de bandido e, definitivamente, Samuel não tem. O mesmo ocorre em Preto Damião, uma versão urbanizada de Faroeste Caboclo: "Nesse Rio submerso da esperança/ Se entrega, negão, eu não me entrego, não/ Vou buscar no mundo o que é meu". Os poucos tropeços não tiram o brilho do CD. Os puristas vão achar retrô demais, as rádios vão adorar.
(Tom Cardoso)
Faixas