MIAMI ROCK 2000
De Falla (2000)
Crítica
Cotação:
Pode-se acusar o Defalla de qualquer coisa, menos de ser uma banda previsível. Da coletânea com a primeiras faixas (Rock Grande do Sul, de 1986) até aqui, os gaúchos passaram por toda a sorte de importação pop não-massificada, trabalhada pelo líder Edu K de forma a causar impacto entre o seu fiel círculo de admiradores - que depois estariam formando suas próprias bandas (o Planet Hemp é só uma delas). De volta ao Defalla, que abandonou em 1995 para lançar seu primeiro disco solo, Edu mais uma vez deixa seus fãs perplexos: a partir de uma mistura de rock com o funk miami bass carioca (receita que a Comunidade Nin Jitsu já havia explorado anos antes no disco Broncas Legais), ele faz de Miami Rock 2000 o seu primeiro trabalho realmente comercial (depois de anos na contramão do mercado) e brasileiro (já que a maioria de suas músicas eram cantadas em inglês). Sua fixação na cultura brega nacional, antes usada como referência no mix com as costumeiras perversões pop (como, por exemplo, encarnar uma fusão do bizarro roqueiro Marilyn Manson com a cândida apresentadora de TV Angélica) dessa vez foi a extremos: Edu e sua turma gravaram versões miami de Ilariê, Feiticeira e Freak Le Boom Boom. Esta é a parte mais curiosa do disco. Quando o Defalla parte para os seus miami rocks – Funkero C.B., Rap do Mulão, Popozuda Rock´n Roll, com suas palavras de ordem chupadas dos hinos das galeras funk – a graça já terminou há muito. Para quem já perpetrou discos verdadeiramente inovadores, como Kingzobullshitbackinfulleffect92, Edu K merece com que esse Miami Rock 2000 seja reconhecido mais como uma prova de sua indiscutível capacidade de chocar do que como um disco a ser ouvido. Para isto, aí está o público que consome Feiticeiras e Tchans.
(Silvio Essinger)
Faixas