MINHA LÔA
Naná Vasconcelos (2002)
2002
Net Records
NET0027
Crítica
Cotação:
O paralelo entre a eletrônica e o orgânico, por vezes complicando (para o bem) os ouvidos dos mais céticos, é a dominante de Minha Lôa, novo disco de Naná Vasconcelos. O ambiente do Fábrica Estúdios colaborou e muito para que Naná fizesse um disco fiel à sua música: plural, com uma sonoridade interessante. O single Futebol (música que abre o disco) já dá a primeira amostra do paralelo sampler/berimbau: as palmas marcando o ritmo, acompanhadas de um surdo reto, ambos amparados por um sampler de "Pra frente Brasil", construindo assim um tecido sonoro. A eletrônica volta a dar as caras em Estrela Negra, algo que se tocasse em qualquer pista pelo mundo, colocaria Markys, Patifes e demais "queridinhos eletrônicos" para tocarem seus discos em festa de aniversário de criança.
Tambores de sonoridade leve marcam junto com a voz de Naná uma espécie de cântico de chegada em Goreé. Em seguida, vem o samba de Paulo César Pinheiro (em parceria com o cavaquinista Pedro Amorim), Voz Nagô. Num tributo a Don Cherry, Naná compôs Don's Rollerskates, que longe de qualquer análise mais aprofundada, é um forró dos bons. A faixa retorna como bônus pelas mãos do DJ Dolores, trabalhando com elementos eletrônicos sobre a única faixa só com instrumentos orgânicos. Em Caboclo de Lança, o maracatu está puro, como se um velho sentado na porta de casa, acompanhasse um cortejo entoando hinos de louvor ao Rei.
Naná Vasconcelos fez, a despeito de exigências de mercado ou qualquer outro tipo de empecilho, um disco impecável, digno da obra de um alquimista genuinamente pernambucano, fundamentalmente nordestino, absolutamente brasileiro. (Filipe Quintans)
Tambores de sonoridade leve marcam junto com a voz de Naná uma espécie de cântico de chegada em Goreé. Em seguida, vem o samba de Paulo César Pinheiro (em parceria com o cavaquinista Pedro Amorim), Voz Nagô. Num tributo a Don Cherry, Naná compôs Don's Rollerskates, que longe de qualquer análise mais aprofundada, é um forró dos bons. A faixa retorna como bônus pelas mãos do DJ Dolores, trabalhando com elementos eletrônicos sobre a única faixa só com instrumentos orgânicos. Em Caboclo de Lança, o maracatu está puro, como se um velho sentado na porta de casa, acompanhasse um cortejo entoando hinos de louvor ao Rei.
Naná Vasconcelos fez, a despeito de exigências de mercado ou qualquer outro tipo de empecilho, um disco impecável, digno da obra de um alquimista genuinamente pernambucano, fundamentalmente nordestino, absolutamente brasileiro. (Filipe Quintans)
Faixas
Malinye (Don Cherry)
Inner organs (Don Cherry)
Inner organs (Don Cherry)
Malinye (Don Cherry)
Inner organs (Don Cherry)
Inner organs (Don Cherry)