MIRANTE
Roberto Barata Trio (2000)
2000
Independente
Crítica
Cotação:
Depois dos discos Pimenta e Pixinguinha de Alma e Corpo, do flautista e saxofonista Carlos Malta, lançados no ano passado, o projeto 500 Anos de Som traz agora o CD de estréia do trio liderado pelo pianista e compositor Roberto Barata. Com a proposta de resgatar músicas brasileiras que marcaram época e valorizar novos nomes, o repertório é dividido entre clássicos - Rio, Eu e a Brisa, Samba do Avião e A Felicidade - e músicas de Barata. Tanto o repertório quanto o estilo no tocar são tipicamente cariocas, como atesta também a arte da capa, fundindo um piano à enseada de Botafogo, Pão de Açúcar ao fundo. Bebendo na tradição dos trios da bossa nova de forte influência jazzística (Tamba Trio, Zimbo Trio, Bossa 3), Roberto (piano), o irmão Rafael Barata (bateria) e André Luz (baixo) não desapontam em suas interpretações seguras e recheadas de bons improvisos, num som limpo, bem produzido, de boa qualidade. Os três são bem entrosados e parecem mais experientes do que seria possível em se levando em conta a pouca idade que se deduz pela foto do encarte. O som é redondo, como deve ser um trio de jazz, sem invencionices e com competência e criatividade. A grande e grata surpresa aqui são as músicas inéditas, muito bem casadas com o repertório standard. Este, regravado à exaustão por toda a MPB, ganha, nas mãos do trio, boas releituras, mas não exatamente inovadoras. Melhor é parar e ouvir com atenção faixas como a ótima Mirante, Choro do Pajé e Gurindiba, e torcer para que, depois do début, Barata ganhe o fôlego de que precisa para gravar um disco todo de sua autoria. Se não achar o CD nas boas lojas do ramo, o contato é pelo e-mail robertobaratatrio@hotmail.com ou pelo telefone (0**21) 9996-0111.
(Nana Vaz de Castro)
Faixas