MOLEQUE DUDU
Dudu Nobre (2001)
Crítica
Cotação:
"Estrela solitária" da nova geração do samba verdadeiro, Dudu Nobre lança agora seu segundo CD sem se desviar quase nada da fórmula que ele aperfeiçoou como compositor. Mas malandro que é malandro mesmo sabe: em time que está ganhando não se mexe. É por isso que Moleque Dudu, álbum feito no capricho, só vai desagradar a quem está ávido por novidades radicais. Os interessados apenas em curtir o "bom e velho" Dudu, esbanjando bom humor e malemolência, vão se esbaldar.
É difícil diferenciar músicas como Estava Perdido Num Mar ou Juremeiro de outras tantas canções feitas por Dudu (quer tenham sido gravadas por ele, ou por Zeca Pagodinho ou Almir Guineto). O estilo é inconfundível, tanto que pode até soar como "camisa-de-força" sonora - pelo menos para os ouvintes com menos boa-vontade. Ainda assim, sem ousar praticamente nada dentro de seu formato consagrado, Dudu consegue trazer algum sabor de novidade em seu segundo trabalho. O maior exemplo disso é Blitz Funk, parceria com Aldir Blanc que inclui scratches do DJ Negralha (do Rappa) e uma quebrada bem à la samba rock no meio, com direito a guitarras distorcidas. Também há guitarras em Quero Um Cafuné e na engraçada Saí no Rolé - na qual Dudu resgata a tradição da crônica da malandragem carioca, devidamente atualizada ("Comi um X-tudo e a fome matei/ vi um tumulto invocado / em frente a uma boate gay").
No fundo de seu quintal habitual, Dudu faz o que sabe e manda bem. Em O Meu Amor Quer Sambar ele coloca palmas, cavaquinho e flauta à frente do arranjo e recupera um primitivo sabor de samba de terreiro. Canta em tom menor em Encantado e Orai por Nós (essa valorizada por um trombone em surdina), e levanta a poeira nos sambões mais agitados O Samba Vai Te Pegar e A Grande Família, tema do seriado homônimo da Rede Globo.
Boa parte do "capricho" visto no álbum é fruto da produção de Rildo Hora, que arregimentou um senhor time de músicos (Cristóvão Bastos, Jessé Sadoc, Mário Seve, Mauro Senise e Bororó são apenas alguns deles) para a gravação. E Moleque Dudu é isso aí: um disco caprichado, feito para agradar, não para destoar.(Marco Antonio Barbosa)
É difícil diferenciar músicas como Estava Perdido Num Mar ou Juremeiro de outras tantas canções feitas por Dudu (quer tenham sido gravadas por ele, ou por Zeca Pagodinho ou Almir Guineto). O estilo é inconfundível, tanto que pode até soar como "camisa-de-força" sonora - pelo menos para os ouvintes com menos boa-vontade. Ainda assim, sem ousar praticamente nada dentro de seu formato consagrado, Dudu consegue trazer algum sabor de novidade em seu segundo trabalho. O maior exemplo disso é Blitz Funk, parceria com Aldir Blanc que inclui scratches do DJ Negralha (do Rappa) e uma quebrada bem à la samba rock no meio, com direito a guitarras distorcidas. Também há guitarras em Quero Um Cafuné e na engraçada Saí no Rolé - na qual Dudu resgata a tradição da crônica da malandragem carioca, devidamente atualizada ("Comi um X-tudo e a fome matei/ vi um tumulto invocado / em frente a uma boate gay").
No fundo de seu quintal habitual, Dudu faz o que sabe e manda bem. Em O Meu Amor Quer Sambar ele coloca palmas, cavaquinho e flauta à frente do arranjo e recupera um primitivo sabor de samba de terreiro. Canta em tom menor em Encantado e Orai por Nós (essa valorizada por um trombone em surdina), e levanta a poeira nos sambões mais agitados O Samba Vai Te Pegar e A Grande Família, tema do seriado homônimo da Rede Globo.
Boa parte do "capricho" visto no álbum é fruto da produção de Rildo Hora, que arregimentou um senhor time de músicos (Cristóvão Bastos, Jessé Sadoc, Mário Seve, Mauro Senise e Bororó são apenas alguns deles) para a gravação. E Moleque Dudu é isso aí: um disco caprichado, feito para agradar, não para destoar.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Casa de D. Fia (Helinho do Salgueiro - D. Fia)