NA BATIDA DA ZABUMBA
Trio Forrozão (2000)
Crítica
Cotação:
Adotado pela área universitária, o forró (um gênero que condensa vários ritmos, do coco e xaxado à quadrilha e arrasta-pé) ganhou novo fôlego e também novos ídolos, que cultivam o idioma básico do setor, sem resvalar para a tecladaria do Cãozinho, Mastruz com Leite e outras iguarias. Auto-intitulados "os mosqueteiros do forró" (em alusão ao fato de o trio ser formado por quatro músicos, com o triângulo a cargo de Edson Chupa Cabra), este grupo começou no reduto nordestino da Feira de São Cristóvão e ganhou a Zona Sul carioca. O disco de estréia desses forrozeiros aculturados (no bom sentido) foi gravado ao vivo no elegante Ballroom. O seguinte, Agitando a Rapaziada, com o grupo excursionando pelo país, foi produzido pelo experiente Paulo Rafael, músico de Alceu Valença, e já vendeu 80 mil cópias. Um bom alento para o caminho que eles mantêm nesse terceiro título, também produzido por Rafael. O trio investe no vigor (e simplicidade) do eixo instrumental – sanfona, zabumba, triângulo, mais o reforço do baixo elétrico e percussão – idealizado pelo patriarca Luiz Gonzaga. O rei do baião aliás é evocado no clássico Qui Nem Jiló. E além de material próprio (Não Vê Porque Não Quer, Saudade), o grupo navega nas águas dos seguidores do mestre Lua como João Silva (Mineira), Nando Cordel (Você Caiu do Céu, É Só Você Querer), Jorge de Altinho (Bom Demais) e até o surpreendente Caetano Veloso do xote Lisbela (com José Almino). A linhagem do bom forró está garantida.
(Tárik de Souza)
Faixas