NAS INFECÇÕES MAIS GRAVES, A POSOLOGIA DEVE SER AUMENTADA PARA 100 ANGSTRONS (2 COMPRIMIDOS AO DIA)
Space Invaders (2001)
Crítica
Cotação:
Há uma sensação de claustrofobia e estranhamento que permeia o primeiro álbum do Space Invaders - a partir do estranhíssimo título do disco. O caminho percorrido por Lauro (guitarra/voz), Rafael (bateria) e Herlon (baixo) dispensa "facilidades" como melodias assobiáveis e limpeza sonora, para construir um rock áspero e muito pessoal. O release da Bizarre Records cita como influência básica o dito post-rock, o desconstruído som criado por grupos como Tortoise, Slint e Bardo Pond. Este "pós-rock" se traduz em ritmos sincopados, baixo bem marcado, guitarras dissonantes (e que não evitam ruídos e microfonias) e vocais indistintos, quando não simplesmente ausentes. De qualquer modo, pode-se dizer que não há similar nacional para a música do SI.
A "terapia" sugerida pelo grupo não é lá muito fácil para os acostumados ao pop/rock radiofônico. Soam soturnos em músicas como Xandô (Laran, Laran) e Riff Guide: minimalismo agressivo, sem dar "moleza" aos ouvidos. Mas eles também tem ironia, como na boa (e barulhenta) Roberto Carlos, com uma angulosa e hipnótica base instrumental - e uma letra simplesmente incompreensível. Há algumas concessões quase pop em Hardcore Depois dos 40 ou Everytime on the Bed. Só que eles espantam qualquer possível "farofice" com o distorcido remix para Riff Guide, que picota a original ainda mais. Apesar do grupo passar longe do esteréotipo de virtuoses, o trabalho instrumental do trio deve ser destacado. Nos bons temas sem vocais, como Seco Ao Abrigo de Luz e Image Coat Hanger, o grupo exibe coesão e eficaz economia musical, soando minimais mas não repetitivos.
Há poucos grupos no rock nacional com a capacidade de "encarar de frente" o ouvinte logo em seu disco de estréia, e o Space Invaders é um deles. Daí, resulta que Nas Infecções Mais Graves... é (intencionalmente) um disco para poucos. Resta saber se o complexo som do trio vai ser devidamente entendido, mesmo pelos poucos a quem eles se dirigem. (Para comprar o CD, entre em contato com a Bizarre, no e-mail < selo@bizarremusic.com.br ). (Marco Antonio Barbosa)
A "terapia" sugerida pelo grupo não é lá muito fácil para os acostumados ao pop/rock radiofônico. Soam soturnos em músicas como Xandô (Laran, Laran) e Riff Guide: minimalismo agressivo, sem dar "moleza" aos ouvidos. Mas eles também tem ironia, como na boa (e barulhenta) Roberto Carlos, com uma angulosa e hipnótica base instrumental - e uma letra simplesmente incompreensível. Há algumas concessões quase pop em Hardcore Depois dos 40 ou Everytime on the Bed. Só que eles espantam qualquer possível "farofice" com o distorcido remix para Riff Guide, que picota a original ainda mais. Apesar do grupo passar longe do esteréotipo de virtuoses, o trabalho instrumental do trio deve ser destacado. Nos bons temas sem vocais, como Seco Ao Abrigo de Luz e Image Coat Hanger, o grupo exibe coesão e eficaz economia musical, soando minimais mas não repetitivos.
Há poucos grupos no rock nacional com a capacidade de "encarar de frente" o ouvinte logo em seu disco de estréia, e o Space Invaders é um deles. Daí, resulta que Nas Infecções Mais Graves... é (intencionalmente) um disco para poucos. Resta saber se o complexo som do trio vai ser devidamente entendido, mesmo pelos poucos a quem eles se dirigem. (Para comprar o CD, entre em contato com a Bizarre, no e-mail < selo@bizarremusic.com.br ). (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
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