NO FORROBODÓ
Trio Forrozão (2001)
Crítica
Cotação:
Em época pós-festas juninas e ainda sob a influência do fenômeno Falamansa, o aficionado do forró tem à disposição literais dezenas de grupos novos, que se multiplicam de forma espantosa. Em meio à essa proliferação, o Trio Forrozão, legítimo veterano, mantém o som pé-de-serra como profissão de fé. Bastos (vocal), Nicodemos (zabumba) e Chupa Cabra (triângulo) não se afastam do básico neste No Forrobodó, seu quarto álbum (em dez anos de carreira), e nem precisam se incomodar com isso. Ao contrário da sonoridade de outras bandas da nova safra, o forró da lata do TF não precisa buscar misturas para disfarçar sua dependência dos clichês. A simplicidade é o que vale, e dá o tom do disco.
Um detalhe notável no álbum é que o Trio Forrozão evitou, intencionalmente, recorrer ao apoio óbvio dos clássicos de Luiz Gonzaga. Eles preferiram peneirar músicas novas de nomes em evidência no forró contemporâneo, como Targino Gondim e Maciel Mello. Assim, mesmo sem fugir a seu estilo mais do que consagrado, o grupo conseguiu dar ao menos uma impressão de frescor ao repertório do disco. Coerente com a opção do grupo de manter sua linha sonora básica, o veterano Paulo Rafael produz o álbum sem maiores arroubos experimentais. Não há nem guitarra no disco, quanto mais os sintetizadores característicos dos infames grupos de teclados vindos do Ceará.
Assim, atendo-se à tradição, o grupo consegue agradar até os forrozeiros mais exigentes. O clima geral do álbum é tranqüilo, sem arrasta-pés muito frenéticos. Há espaço para bons momentos de "bate-coxa", como em Forróbodó ou Tingulingue. Dominam o CD os xotes mais cadenciados, como Velho Arvoredo, Porque, Meu Coração ou Tô Ficando Velho - esta última evidenciando o tom bem-humorado e matreiro que sempre marcou as letras do grupo, mais um diferencial entre tantos forrozeiros que se limitam a decantar (da forma mais banal possível) os males do amor. Mesmo quando caem no romantismo, em Será Que a Gente Se Namora? ou Você Na Minha Vida, não perdem de vista a graça e se esquivam da breguice. (Marco Antonio Barbosa)
Um detalhe notável no álbum é que o Trio Forrozão evitou, intencionalmente, recorrer ao apoio óbvio dos clássicos de Luiz Gonzaga. Eles preferiram peneirar músicas novas de nomes em evidência no forró contemporâneo, como Targino Gondim e Maciel Mello. Assim, mesmo sem fugir a seu estilo mais do que consagrado, o grupo conseguiu dar ao menos uma impressão de frescor ao repertório do disco. Coerente com a opção do grupo de manter sua linha sonora básica, o veterano Paulo Rafael produz o álbum sem maiores arroubos experimentais. Não há nem guitarra no disco, quanto mais os sintetizadores característicos dos infames grupos de teclados vindos do Ceará.
Assim, atendo-se à tradição, o grupo consegue agradar até os forrozeiros mais exigentes. O clima geral do álbum é tranqüilo, sem arrasta-pés muito frenéticos. Há espaço para bons momentos de "bate-coxa", como em Forróbodó ou Tingulingue. Dominam o CD os xotes mais cadenciados, como Velho Arvoredo, Porque, Meu Coração ou Tô Ficando Velho - esta última evidenciando o tom bem-humorado e matreiro que sempre marcou as letras do grupo, mais um diferencial entre tantos forrozeiros que se limitam a decantar (da forma mais banal possível) os males do amor. Mesmo quando caem no romantismo, em Será Que a Gente Se Namora? ou Você Na Minha Vida, não perdem de vista a graça e se esquivam da breguice. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas