O SOM
Luiz Carlos Vinhas / Dom Um Romão / J. T. Meirelles (1964)
1964
Phillips / Relançamento Dubas Música
P 632.184 L
Crítica
Cotação:
Poucos álbuns podem ser creditados como marcos iniciais exatos deste ou daquele gênero. Mas já parece haver um consenso que este O Som, disco de estréia do grupo Meirelles & Os Copa 5, é a "pedra de Rosetta" do samba-jazz, fusão da fluidez jazzistica com o drive ritmico do samba - um som único, elegante, juntando o melhor de dois mundos. E que - também por ser filho indireto da bossa nova - transformou-se em um dos estilos de música brasileira mais apreciados mundo afora. Em grande parte, por causa deste disco. O álbum, gravado em 1964, reúne o saxofonista J.T.Meirelles com um quarteto de literais monstros: Manuel Gusmão (baixo), Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria) e Pedro Paulo (baixo). Sua edição original, com seis faixas, tornou-se um dos mais cultuados álbuns de jazz dos anos 60; este novo CD ganhou outras três faixas (tiradas do LP seguinte do
grupo, O Novo Som), com uma outra formação - que incluia ninguém menos que Roberto Menescal no violão e Eumir Deodato no piano.
O suingue é impecável em faixas como Quintessência e Blue Bottle's (com um inspirado solo de Vinhas ao piano) O samba-jazz em estado mais puro manifesta-se em Nordeste, que incorpora com leveza a levada do baião ao envolvente instrumental do grupo; e também na bela Tânia. Há uma sugestão de melancolia em Solitude, que começa em tons menores e depois evolui para um balanço macio, assim como em Contemplação - que, num tom "a la Bill Evans" como o próprio Meirelles descreve no encarte, atinge o máximo da sutileza de performance de todo o álbum. Nas faixas-bônus, todas bem mais curtas que as do O Som original, o pique é outro: as performances são mais animadas, e a incorporação do suingue sambístico ao som do grupo é bem mais intensa. O resultado é dançante, cheio de leveza - o tipo de som pelo qual os jovens DJs londrinos se babam... A colorida melodia tema de O Novo Som contrapõe-se à "lenha" baixada em Solo e Serelepe, complementando muito bem o conjunto do álbum original.(Marco Antonio Barbosa)
O suingue é impecável em faixas como Quintessência e Blue Bottle's (com um inspirado solo de Vinhas ao piano) O samba-jazz em estado mais puro manifesta-se em Nordeste, que incorpora com leveza a levada do baião ao envolvente instrumental do grupo; e também na bela Tânia. Há uma sugestão de melancolia em Solitude, que começa em tons menores e depois evolui para um balanço macio, assim como em Contemplação - que, num tom "a la Bill Evans" como o próprio Meirelles descreve no encarte, atinge o máximo da sutileza de performance de todo o álbum. Nas faixas-bônus, todas bem mais curtas que as do O Som original, o pique é outro: as performances são mais animadas, e a incorporação do suingue sambístico ao som do grupo é bem mais intensa. O resultado é dançante, cheio de leveza - o tipo de som pelo qual os jovens DJs londrinos se babam... A colorida melodia tema de O Novo Som contrapõe-se à "lenha" baixada em Solo e Serelepe, complementando muito bem o conjunto do álbum original.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas