OS MELHORES DO ANO II - AO VIVO

A Indie Records descobriu o filão do pagode emplacando 500 mil cópias de Jorge Aragão e mais de 100 mil do primeiro volume do projeto Os Melhores do Ano – Ao Vivo, no ano passado, tendo um elenco que congregava em sua maioria nomes do ramo pagodeiro. Agora, sai o segundo volume reunindo bambas célebres como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Leci Brandão (todos emprestados de outras gravadoras), Reinaldo (não confundir com o do Terrasamba) ou a recém contratada da Indie, Beth Carvalho, mais o sambista da vez, Jorge Aragão, e outros do time dos neopagodeiros, como Péricles (Exaltasamba), Os Morenos e Waguinho – todos relendo canções já conhecidas do público. O disco começa mal. A faixa de abertura, Eu e Você Sempre (com os vocais de Jorge Aragão e Péricles), assusta pois é de uma pobreza sem par, embora conte com a assinatura de Jorge (com Flávio Cardoso). Depois, felizmente, o nível melhora sensivelmente. Seguem sambas na linha pagode romântico, com Zeca, Leci, Morenos e Péricles. Sim, porque para disputar o mercado com os neopagodeiros, os grandes bambas são obrigados a apostar nos sambas românticos, daqueles para se cantar em corinho com as mãos para cima, para lá e para cá. Sambas mais animados, felizmente aparecem mais para o meio do disco. Os melhores momentos são as regravações de Fora de Ocasião (Beth Carvalho), Insensato Destino (Almir Guineto e Zeca Pagodinho), Rosalina (Fundo de Quintal), Pra Ser Minha Musa (Reinaldo) e Retrato Cantado de um Amor (Leci Brandão). Dispensável é a regravação em ritmo de pagode, pelo grupo Os Morenos, de Seu Melhor Amigo, velho sucesso de Fábio Jr., quando este ainda era interessante. Lá Vai Viola (Candeia) merecia um cantor melhor que Waguinho – apesar de ele ser melhor que Alexandre Pires, Netinho, Luiz Carlos e outros vocalistas de meia tigela. Apesar de contar com bons intérpretes, alguns bons sambas e de ser um projeto comercial bem feito, acima da média do que rola no mercado, o disco é ideal para agradar mesmo aos assíduos freqüentadores de pagodes.(Rodrigo Faour)