PAISAGEM BAILARINA
Carlinhos Antunes (2001)
Crítica
Cotação:
Este disco é na verdade a reedição do primeiro álbum de Carlinhos Antunes lançado em CD, em 1996. Para esta nova versão, foram incluídas duas faixas novas gravadas em 2001. O álbum é um belo showcase da versatilidade do violonista nascido em São Paulo, tanto como instrumentista quanto como compositor. Antunes faz música variada e contagiante, evocando climas e sensações com seus arranjos bem-elaborados. O disco é praticamente instrumental, contando com as esporádicas intervenções vocais de Tutti Baê e do próprio Carlinhos. Sem ater-se a virtuosismos vazios, sempre colocando seu violão a serviço das composições (e das ambiências sugeridas por elas), Antunes coloca-se na posição de um viajante musical. Chorinho, Villa-Lobos, samba interiorano, o vale-tudo rítmico/estilístico de Hermeto, influências européias e muito mais se mistura na delicada fusão do violonista, num resultado agradável e não raro encantador.
O disco já abre bem, com o balanço gostoso de Xaxados y Perdidos, e daí em diante prossegue sem sobressaltos, mas sempre exigindo atenção do ouvinte às variadas nuances sonoras. Antunes arrisca um sambinha delicado em Praça de Minas, evocando sons brejeiros e música de coreto, vai de viola caipira (influência marcante em Saci-Pererê, por exemplo) e revela talento melódico apurado na faixa-título. As misturebas sônicas também marcam o álbum e o compositor prova ter boa mão para elas. Tango e chorinho se unem em Sarau o Quê? Como Antigamente; a voz feminina (de Tutti Baê) entra de leve e reforça as mesclas, pontuando Per Un'amante del Jazz e Mineirice Ibérica (mais uma que reforça a ponte entre a tradição das Gerais e as sonoridades hispânicas/mouras/árabes na qual Carlinhos trafega). Neste sentido, uma boa síntese do álbum é a recriação do Bolero de Ravel. (Marco Antonio Barbosa)
O disco já abre bem, com o balanço gostoso de Xaxados y Perdidos, e daí em diante prossegue sem sobressaltos, mas sempre exigindo atenção do ouvinte às variadas nuances sonoras. Antunes arrisca um sambinha delicado em Praça de Minas, evocando sons brejeiros e música de coreto, vai de viola caipira (influência marcante em Saci-Pererê, por exemplo) e revela talento melódico apurado na faixa-título. As misturebas sônicas também marcam o álbum e o compositor prova ter boa mão para elas. Tango e chorinho se unem em Sarau o Quê? Como Antigamente; a voz feminina (de Tutti Baê) entra de leve e reforça as mesclas, pontuando Per Un'amante del Jazz e Mineirice Ibérica (mais uma que reforça a ponte entre a tradição das Gerais e as sonoridades hispânicas/mouras/árabes na qual Carlinhos trafega). Neste sentido, uma boa síntese do álbum é a recriação do Bolero de Ravel. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
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