PAISAGENS BRASILEIRAS
Cláudio Dauelsberg (2000)
2000
Visom
VICD 00115
Crítica
Cotação:
De Hermeto Pascoal a Gilberto Gil, passando até pelos Titãs, gravar um disco ao vivo no badalado Montreux Jazz Festival já virou signo de status musical. O mais novo ingressante nessa confraria é o pianista carioca Claudio Dauelsberg (ex-integrante do Duo Fênix), que participou do festival suíço no ano passado. Bem-acompanhado por Ney Conceição (baixo), Alexandre Carvalho (guitarra) e Robertinho Silva (bateria e percussões), Dauelsberg interpreta com personalidade um repertório que combina choros clássicos, como 1 X 0 e Ingênuo (ambos de Pixinguinha e Benedito Lacerda), e sambas, como Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico) e Incompatibilidade de Gênios (João Bosco e Aldir Blanc). Mas parece que o material gravado em Montreux não foi suficiente para compor o álbum inteiro e, assim, também entram faixas (a ficha técnica não especifica exatamente quais e onde) gravadas na Sala Cecília Meireles, na Sala Funarte e no Estúdio Fibra e Drams. É justamente dessas gravações, com participações de Zeca Assumpção (baixo), Renato Borghetti (gaita ponto) e Paulo Sérgio Santos (clarinete), que parece ter saído o conceito do título do disco: faixas mais etéreas, como Infância (do próprio Dauelsberg) e Inútil Paisagem (Tom Jobim), ou Ventos do Sul (outra composição do pianista), de tempero gaúcho. Nada que comprometa a qualidade do material musical, mas Paisagens Brasileiras deixa a impressão de um projeto que foi alterado no meio do caminho.(Carlos Calado)
Faixas