PARAQUEDISTA
Quarteto de Trombones da Paraíba (2000)
Crítica
Cotação:
Em seu segundo CD, o Quarteto de Trombones da Paraíba foca seu repertório na música nordestina, abusando do frevo, forró, baião, e se sai bem. Também passeia por outras bossas, como a faixa que abre o disco, Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá e Antônio Maria, ou Remando, tango brasileiro (primo-irmão do choro) de Ernesto Nazareth, com menos intimidade. A sonoridade grave e doce do trombone é bem explorada pelo Quarteto, tanto em sua forma mais romântica – como em Delfone, um quase bolero de gafieira, perfeito para se dançar de rosto colado – quanto no suíngue de Qui Nem Jiló, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ou no "picadinho" de Frevura, um pout-pourri de frevos. O conjunto também acerta em investidas pop: Trombones, peça escrita especialmente para o Quarteto, e Robotrombo, de Serginho do Trombone, ambas bem acompanhadas pela banda de apoio (guitarra, baixo e bateria). Há também uma composição do grande mestre das gafieiras, Severino Araújo (Brincando com o Trombone), sempre um estímulo às pistas de dança de salão, e o choro que dá título ao disco, gravado pela primeira vez em 1946 pela Orquestra Tabajara do maestro Severino. A se lamentar, apenas que o timbre raro de um quarteto de trombones, por si só, não tenha sido mais explorado. Todas as faixas contam com acompanhamento de bateria ou, em sua maioria, baixo, bateria e guitarra. Talvez por isso a faixa mais marcante seja Nas Quebradas do Canguenco, de Dimas Sedícias, que usa apenas os trombones e percussão. Remetendo diretamente ao berrante dos vaqueiros do sertão e a seu gênero próprio, o aboio, é a música que melhor explora toda a dolência do instrumento. O trombone, tão comum em bandas de todo o Brasil, e que produziu por aqui feras como Raul de Souza e Vittor Santos, mostra, com o Quarteto de Trombones da Paraíba (Sandoval de Oliveira, Roberto Ângelo, Gilvando Pereira e Stanley Bernardo), todo o seu potencial dançante. Chame seu par e afaste os móveis da sala.
(Nana Vaz de Castro)
Faixas
8
Frevura (pout-pourri)
Frebone (Joaz Delfino)
Homenagem a Alvarenga (Edmilson Pinto)
Marquinho no frevo (José U. da Silva-Duda)
Homenagem a Alvarenga (Edmilson Pinto)
Marquinho no frevo (José U. da Silva-Duda)