PASSAGEM FRANCA PRA CARO CUSTOU
Mano Borges (2002)
2002
MZA Music
2407002-2
Crítica
Cotação:
Cantor simpático, compositor que não tem medo de injetar tons pop em sua MPB quase ortodoxa, Mano Borges chega ao primeiro CD com o referendo do conterrâneo Zeca Baleiro. Seria forçado buscar o paralelismo óbvio entre ambos, para além do (camuflado) sotaque maranhense. Borges é (como o próprio Baleiro) mais um dos artistas que tentam assumir a tocha da MPB tradicional, sonora e poeticamente, ao mesmo tempo em que querem soar contemporâneos, "antenados". No caso do presente cantor e seu despretensioso Passagem Franca Pra Caro Custou, chega-se a uma síntese que agrada fácil. Arranjos simples, despojados, aliados à melodias de apelo radiofônico, fazem do disco uma audição palatável. Mas aí mesmo é que reside o porém; falta contundência, tanto no som quanto nas letras (que versam todas sobre amor). Sobram os truques até bem razoáveis do melodista Borges. O que faz do disco um trabalho fácil de se gostar também o torna uma obra fácil de se esquecer. Talvez no afã de pisar em chão seguro em sua chegada, Mano peca pela omissão e não deixa uma marca pessoal. Não há de ser nada; o disco deve cair no gosto de um público bem definido, que tem fé que dentre artistas como Mano surgirão os novos Caetanos e Chicos.
Ironicamente, na música menos conectada a seu estilo - a recriação da cantiga Maranhão Meu Tesouro, Meu Torrão - é onde Mano Borges mais dá pinta de inventor, num arranjo acústico embolado com beats programados. No resto do álbum, o cantor prefere equilibrar-se entre o pop e o tradicional, com resultados divergentes. Ao acertar na melodia, caso das singelas Você É Tudo e Disfarço, ou mesmo de Bom Defeito (com boas guitarras roqueiras), Mano safa-se dignamente. Não se pode dizer o mesmo de Dia Sete, com sua letra banal e arranjo estranhamente datado (niu-uêive?!). Melhor seria buscar o resultado encontrado na versão de Medo de Avião, na qual Belchior é recriado em um gingado simpático.(Marco Antonio Barbosa)
Ironicamente, na música menos conectada a seu estilo - a recriação da cantiga Maranhão Meu Tesouro, Meu Torrão - é onde Mano Borges mais dá pinta de inventor, num arranjo acústico embolado com beats programados. No resto do álbum, o cantor prefere equilibrar-se entre o pop e o tradicional, com resultados divergentes. Ao acertar na melodia, caso das singelas Você É Tudo e Disfarço, ou mesmo de Bom Defeito (com boas guitarras roqueiras), Mano safa-se dignamente. Não se pode dizer o mesmo de Dia Sete, com sua letra banal e arranjo estranhamente datado (niu-uêive?!). Melhor seria buscar o resultado encontrado na versão de Medo de Avião, na qual Belchior é recriado em um gingado simpático.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas