PÉROLAS - AGOSTINHO DOS SANTOS
Agostinho dos Santos (2000)
2000
Som Livre
6069 2
Crítica
Cotação:
As duas vozes masculinas mais bonitas da MPB surgidas nos anos 50 foram as de Cauby Peixoto e Agostinho dos Santos. Se o primeiro ainda é lembrado até hoje, Agostinho não teve a mesma sorte, pois ao falecer num acidente de avião, em 1973, aos 41 anos de idade, e acabou tendo sua memória atropelada pela música engajada que se fazia no Brasil de então, longe do romantismo e da delicadeza de seu estilo. Com uma voz suave, muito bem colocada e de boa potência, o cantor paulista começou gravando - como todos os seus contemporâneos - um repertório eclético. Mas sua veia romântica era mesmo a mais forte e mais pertinente ao seu timbre. A coletânea Pérolas, que a Som Livre lança agora, resgata sua fase RGE (de 1958 a meados dos anos 60), na qual gravou seis preciosos LPs.
A seleção privilegia temas mais chegados ao universo bossanovístico em que o cantor pegou carona e que traçou com maestria. Que ninguém estranhe sua aproximação com autores da bossa, pois quando Tom Jobim ainda não era muito conhecido, o cantor já havia sido o pioneiro a dedicar um LP na Polydor às composições do maestro (dividindo-o com as do então mais famoso Fernando César, que colecionava sucessos nas vozes dos maiores cantores do rádio da época, como Doris Monteiro e Angela Maria). Essa familiaridade com a bossa (desde os seus primórdios) provinha também de ter sido o intérprete escolhido para defender as sofisticadas A Felicidade (Tom e Vinicius) e Manhã de Carnaval (Antonio Maria e Luiz Bonfá) - que se tornariam alguns dos maiores sucessos do cantor -, na trilha do filme Orfeu Negro.
Portanto, Tom, Vinicius, Menescal, Bôscoli, Carlos Lyra, Newton Mendonça, Oscar Castro Neves e Baden Powell são alguns dos autores que ganham as sempre agradáveis inflexões vocais de Agostinho na compilação. Mesmo depois de tantas regravações, Eu Sei que Vou Te Amar, Dindi, Desafinado, Chega de Saudade, Primavera, Samba de uma Nota Só, O Barquinho e Chora Tua Tristeza ainda soam interessantes nas versões do cantor, um dos primeiros a gravá-las. De quebra, há três sambas-canções clássicos: Fim de Caso e A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) e outro de seus grandes sucessos, Balada Triste (Dalton Vogeler/ Esdras da Silva), que disputou com a versão de Angela Maria em 58 a preferência dos ouvintes. É ouvir para crer que grande cantor tínhamos e a que quase não demos importância. Uma voz para se ouvir à noite, só ou a dois, ou mesmo como pano de fundo, ao receber amigos em casa.(Rodrigo Faour)
A seleção privilegia temas mais chegados ao universo bossanovístico em que o cantor pegou carona e que traçou com maestria. Que ninguém estranhe sua aproximação com autores da bossa, pois quando Tom Jobim ainda não era muito conhecido, o cantor já havia sido o pioneiro a dedicar um LP na Polydor às composições do maestro (dividindo-o com as do então mais famoso Fernando César, que colecionava sucessos nas vozes dos maiores cantores do rádio da época, como Doris Monteiro e Angela Maria). Essa familiaridade com a bossa (desde os seus primórdios) provinha também de ter sido o intérprete escolhido para defender as sofisticadas A Felicidade (Tom e Vinicius) e Manhã de Carnaval (Antonio Maria e Luiz Bonfá) - que se tornariam alguns dos maiores sucessos do cantor -, na trilha do filme Orfeu Negro.
Portanto, Tom, Vinicius, Menescal, Bôscoli, Carlos Lyra, Newton Mendonça, Oscar Castro Neves e Baden Powell são alguns dos autores que ganham as sempre agradáveis inflexões vocais de Agostinho na compilação. Mesmo depois de tantas regravações, Eu Sei que Vou Te Amar, Dindi, Desafinado, Chega de Saudade, Primavera, Samba de uma Nota Só, O Barquinho e Chora Tua Tristeza ainda soam interessantes nas versões do cantor, um dos primeiros a gravá-las. De quebra, há três sambas-canções clássicos: Fim de Caso e A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) e outro de seus grandes sucessos, Balada Triste (Dalton Vogeler/ Esdras da Silva), que disputou com a versão de Angela Maria em 58 a preferência dos ouvintes. É ouvir para crer que grande cantor tínhamos e a que quase não demos importância. Uma voz para se ouvir à noite, só ou a dois, ou mesmo como pano de fundo, ao receber amigos em casa.(Rodrigo Faour)
Faixas