Presente
Renato Russo (2003)
Crítica
Cotação:
Presente, Renato Russo sempre estará, na memória de sua legião de fãs
na história do rock brasileiro. Discos como este, entretanto, podem acabar manchando
o status de Russo até mesmo na mente dos mais irredutíveis fanáticos. Difícil achar
outra justificativa para este lançamento que não a vontade de fazer uma raspa do
tacho - não do baú de gravações do roqueiro, mas sim dos últimos trocados que
os fãs ainda podem guardar. (Nunca é demais lembrar que, desde a morte de Russo
em 1996, já saiu uma boa meia-dúzia de discos póstumos, entre solos e trabalhos da
Legião.) Infelizmente, o resultado concreto da iniciativa saiu ainda mais indigno do que
suas intenções. Supostamente uma compilação dos arquivos deixados pelo cantor e
deixados sem registro definitivo, Presente é na verdade uma colcha de
retalhos. Atirou-se no saco duetos previamente lançados (e até um
post-mortem, no melhor estilo Nat King Cole & Natalie Cole), pseudo-raridades
e faixas de entrevistas (!) com o falecido cantor. A impressão, inevitável, é de que
faltou quantidade e/ou qualidade às mitológicas fitas de Russo e - como os 80 minutos
de um CD podem ser longuíssimos - tome-lhe encheção de lingüiça.
Você já ouviu (na novela da oito, no rádio, em qualquer lugar) o carro-chefe do álbum, a suposta "gema preciosa" Mais uma Vez. Com instrumental clichê do 14-Bis e uma das letras mais bobas que Russo já escreveu, a música já causa desconfiança sobre a validade deste novo revival; se a "pérola" do álbum é isso, como seria o resto? Vamos lá. Há, sem favor algum, boas músicas no disco, mas nenhuma delas se enquadra no conceito de "redescoberta" promovido para o pacote. Com cara de raro mesmo, destaca-se Quando Eu Estive Cantando/EndLess Love, retirada de um tributo a Cazuza gravado (e esquecido) no ano de 1990. E dois covers um tanto inesperados (Thunder Road e Gente Humilde), ambas com cara de demo-tape tosca e arquivada. Nada que se compare com o dueto (sic) de Russo e Zélia Duncan, em Cathedral/Catedral, cada um cantando a música num idioma diferente... Por falar em remexer no túmulo... (Marco Antonio Barbosa)
Você já ouviu (na novela da oito, no rádio, em qualquer lugar) o carro-chefe do álbum, a suposta "gema preciosa" Mais uma Vez. Com instrumental clichê do 14-Bis e uma das letras mais bobas que Russo já escreveu, a música já causa desconfiança sobre a validade deste novo revival; se a "pérola" do álbum é isso, como seria o resto? Vamos lá. Há, sem favor algum, boas músicas no disco, mas nenhuma delas se enquadra no conceito de "redescoberta" promovido para o pacote. Com cara de raro mesmo, destaca-se Quando Eu Estive Cantando/EndLess Love, retirada de um tributo a Cazuza gravado (e esquecido) no ano de 1990. E dois covers um tanto inesperados (Thunder Road e Gente Humilde), ambas com cara de demo-tape tosca e arquivada. Nada que se compare com o dueto (sic) de Russo e Zélia Duncan, em Cathedral/Catedral, cada um cantando a música num idioma diferente... Por falar em remexer no túmulo... (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
10
Entrevista 1
11
Entrevista 2
12
Entrevista 3
13
Mais Uma Vez