QUANDO O SAMBA INCENDEIA
DMQ (Da Melhor Qualidade) (2001)
Crítica
Cotação:
O grupo DMQ se equilibra na (nem sempre fina) linha que separa o dito pagode romântico - "bregode", para os íntimos - e o samba mais autêntico. O CD Quando o Samba Incendeia, então, é assim: às vezes pende para a pasteurização, às vezes (estas, menos freqüentes) se garante junto aos bons exemplares do gênero. Claro que o reforço do incontestável Arlindo Cruz (que toca banjo em várias faixas) e de músicos como Paulinho da Aba (pandeiro) e Gordinho (surdo) ajuda a rapaziada a manter a cabeça acima do nível da dignidade, tão vilipendiada no mundo do reco-reco nos últimos tempos.
A produção muito certinha e limpa (que por vezes abusa dos teclados de timbre manjadíssimo) anula quase toda a espontaneidade do disco. Isso não ajuda em nada composições como Paixão Fatal e Overdose de Emoção - que já nos títulos deixam claro a que vieram. Aí o nível fica quase no mesmo pé que Katinguelês e Morenos da vida. A diferença é o cantor principal, Cleverson, que tem o verdadeiro "cacoete" de sambista de verdade, bem diferente das esquálidas (embranquecidas?) performances vocais dos grupos citados. Talvez seja isso que confira uma maior honestidade a bobagens românticas como Sem Ataque e Sem Defesa ou Nosso Amor.
Nos despretensiosos - e raros - pagodinhos de fundo de quintal (Bota Fogo no Sapê, Quando o Samba Incendeia ou Seja Sambista Também, esta última de Arlindo Cruz e Sombrinha) a coisa anima um pouquinho e eles até enganam como partideiros de verdade. Entretanto, falta um tiquinho mais de rusticidade ao grupo para tanto. E também menos lugar-comum na hora de falar de amor.(Marco Antonio Barbosa)
A produção muito certinha e limpa (que por vezes abusa dos teclados de timbre manjadíssimo) anula quase toda a espontaneidade do disco. Isso não ajuda em nada composições como Paixão Fatal e Overdose de Emoção - que já nos títulos deixam claro a que vieram. Aí o nível fica quase no mesmo pé que Katinguelês e Morenos da vida. A diferença é o cantor principal, Cleverson, que tem o verdadeiro "cacoete" de sambista de verdade, bem diferente das esquálidas (embranquecidas?) performances vocais dos grupos citados. Talvez seja isso que confira uma maior honestidade a bobagens românticas como Sem Ataque e Sem Defesa ou Nosso Amor.
Nos despretensiosos - e raros - pagodinhos de fundo de quintal (Bota Fogo no Sapê, Quando o Samba Incendeia ou Seja Sambista Também, esta última de Arlindo Cruz e Sombrinha) a coisa anima um pouquinho e eles até enganam como partideiros de verdade. Entretanto, falta um tiquinho mais de rusticidade ao grupo para tanto. E também menos lugar-comum na hora de falar de amor.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Faz o pagode explodir (Carica - Prateado - Luizinho SP)