RIO TRIO

Um trio diferente, de violão (Daniel Miranda), bandolim (Paulo Sá) e violoncelo (Henrique Drach), o Rio Trio lança agora, de forma independente, seu primeiro CD. Passeando pelos estilos bem tradicionalmente cariocas, o choro e o samba, o disco chama a atenção pelo repertório, que não se prende aos clássicos consagrados do gênero. Ao contrário, todas as músicas são de autoria de Paulo Sá e Daniel Miranda (apenas Caladas Estrelas é de Gibran Helyael), o que destoa da prática tão comum de homenagear alguns clássicos, promover releituras ou coisa que o valha. E vai contra os que defendem a tese de que esses gêneros vivem de passado e de que não se faz nada de novo na música brasileira. Dos três rapazes, dois vêm de uma educação musical formal. Paulo Sá é mestre em Musicologia e defendeu tese sobre o choro e o bandolim. Henrique Drach é formado em violoncelo pela UFRJ e integrante da Filarmônica do Rio de Janeiro e da Sinfônica da UFF. Já Daniel Miranda é geógrafo de formação, mas, aluno de Bartholomeu Wiese (do Galo Preto) e Luiz Flávio Alcofra (do Água de Moringa), mostra grande desenvoltura ao violão. Também como compositor desponta como grata surpresa, o que fica atestado em faixas como São Gabriel ou na moda de viola Desculpe Seu Luís. O traço camerístico e erudito do choro fica mais que patente na sonoridade do trio, graças em grande parte à participação do cello, ao virtuosismo do bandolim (como em Mariana, para bandolim solo) e também na citação da singela Gymnopedie nº 1, de Eric Satie, depois de endiabrados solos dos instrumentos. Uma bela e grata surpresa, que pode ser adquirida através dos e-mails ldm@compuland.com.br e drach@uninet.com.br , ou dos telefones (0**24) 231-7919 e 231-9248. (Nana Vaz de Castro)