SAMBA SOUL
Ivo Meirelles (2001)
2001
Regata
32591 2001842
Crítica
Cotação:
Sambista de alma roqueira, funkeiro que fez das popozudas metalinguagem (com o Funk'n'Lata, tão apelativo quanto suingado), Ivo Meirelles garante que não embarcou na onda samba-rock e que seu novo disco é oportuno, não oportunista. Bom, é e não é. Samba Soul, álbum fundamentado em um repertório antigo (apesar de inédito), exibe o Ivo sincrético de sempre. Mesclando pagode, pop e diversas influências de black music, ele consegue um resultado suingado, feito de composições em sua maioria leves e de melodias quase sempre colantes. É inegável que o rapaz tem propriedade para investir nessas misturebas, tanto que o disco não soa forçado em momento algum. Pode faltar originalidade eventualmente (as derivações, especialmente de Jorge Ben, marcam presença). Mas se a intenção de Ivo era apenas preservar o bom suingue carioca, sem maiores pretensões, isso lá ele consegue. Ainda que nem todo mundo compre a nova/velha persona black do compositor.
Malandro tanto na hora de compor quanto na postura de letrista, Ivo não deixa que as costuras dos vários gêneros que ele alinhava fiquem aparecendo. Como cantor, está impregnado de um carioquíssimo estilo de sambista - que não fica deslocado quando aplicado em canções que conjugam a um só tempo sotaques de rock, funk e soul. O inevitável samba-rock, com sabor anos 70, é o carro-chefe, dominando faixas como Samba Ponte Aérea, Swing Man, a canção-título e Só os Fracos Sobrevivem (esta com um violão que é Jorge Ben reciclado). Os arranjos ricos destacam uma seção de metais em brasa, dando molho funkeado a boa parte das faixas, e também as ótimas guitarras de Gustavo Corsi e Thiago Sabatto. Os instrumentistas dão um mais roqueiro em Menina Beija-flor, O Céu Azul dos Miseráveis e O Herói da Mamãe. Em meio à suingueira, Ivo arrisca uma balada pop mais ortodoxa em Ninguém É Igual a Você. Para contrabalançar, bota um pé no samba mais puro (Samba na Ponta do Pé) e ainda brinca de quase-bossa em (Deixa Tudo Assim). (Marco Antonio Barbosa)
Malandro tanto na hora de compor quanto na postura de letrista, Ivo não deixa que as costuras dos vários gêneros que ele alinhava fiquem aparecendo. Como cantor, está impregnado de um carioquíssimo estilo de sambista - que não fica deslocado quando aplicado em canções que conjugam a um só tempo sotaques de rock, funk e soul. O inevitável samba-rock, com sabor anos 70, é o carro-chefe, dominando faixas como Samba Ponte Aérea, Swing Man, a canção-título e Só os Fracos Sobrevivem (esta com um violão que é Jorge Ben reciclado). Os arranjos ricos destacam uma seção de metais em brasa, dando molho funkeado a boa parte das faixas, e também as ótimas guitarras de Gustavo Corsi e Thiago Sabatto. Os instrumentistas dão um mais roqueiro em Menina Beija-flor, O Céu Azul dos Miseráveis e O Herói da Mamãe. Em meio à suingueira, Ivo arrisca uma balada pop mais ortodoxa em Ninguém É Igual a Você. Para contrabalançar, bota um pé no samba mais puro (Samba na Ponta do Pé) e ainda brinca de quase-bossa em (Deixa Tudo Assim). (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
9
Deixa tudo assim (Precious little thing)
(Vrs. Ivo Meirelles, W. Robinson, M. Tarplin, P. Maffett)
(Vrs. Ivo Meirelles, W. Robinson, M. Tarplin, P. Maffett)