SE SEXO É O QUE IMPORTA, SÓ O ROCK É SOBRE AMOR!
Bidê ou Balde (2000)
2000
Antídoto
74035730 / 7307001-2
Crítica
Cotação:
Banda de nome escalafobético, disco com título idem. Mas o que têm a mostrar os gaúchos do Bidê ou Balde neste seu disco de estréia? Um saboroso apanhado do rock melódico dos anos 60 aos 90 (com muitas referências à jovem guarda e ao Rock Brasil dos 80) e divertidas letras nonsense, nada estranhas, porém, para quem está familiarizado com as peculiaridades do rock gaúcho mais recente, de bandas como Júpiter Maçã e Graforréia Xilarmônica. "Eu fiz um rock, Melissa/ Pode crer, é sobre amor/ Mas eu não sou publicitário/ E a minha vó é de Bagé", canta o vocalista Carlinhos em Melissa, a faixa que abre o disco. Logo em seguida, vem uma versão em português de Buddy Holly, sucesso do Weezer, banda-símbolo do rock alternativo americano dos 90. A letra é tão boba quanto a de boa parte das versões de Beatles feitas na jovem guarda - mas é evidente a ironia do Bidê ou Balde na operação. A onda dos gaúchos, ao que parece, é ficar fazendo graça a partir de um amontoado de referências pop, em músicas que passam como se fossem rocks debilóides. O jogo de vocais femininos de Vivi e Katia lembra insistentemente o de Marcinha e Fernandinha da Blitz e os da Gang 90, em especial em Sr. Promotor. Na funkeada e maluca Me Envergonha, a letra entrega a inspiração rockbrasileira: "Fernanda Abreu largou a Blitz só pra vir aqui dançar". Já o refrão - deve ser alucinação! - é claramente decalcado de Que Vergonha, dos punks paulistanos Olho Seco. E a festa de referências chega ao ponto de um "E nos teclados, Luiz Schiavon! (é, RPM...)". O revival dos anos 80 chega ao seu ponto mais baixo em Back To Quinze, a que tem o refrão "Eu não como mais biscoito/ Agora só como você". Mas não é ela que resume o espírito Bidê ou Balde. Há um brilho diferente, em canções como a triste Gerson, uma espécie de Odair José em versão indie. Quem sabe até o segundo disco a banda consiga aprimorar seu estilo incomum e venha com algo mais instigante e inteligente. Radiofônico e engraçado já é.(Silvio Essinger)
Faixas
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