SÉRIE DOIS MOMENTOS - VOL. 12: "Zezé Motta (1978)" e "Dengo"
Zezé Motta (2000)
Crítica
Cotação:
Até que enfim relançaram o antológico LP de estréia de Zezé Motta como cantora. Ele foi incluído na Série Dois Momentos, da Warner, ao lado do LP Dengo (1980). A atriz revelou-se uma intérprete de timbre grave e interessante. Uma voz pequena mas carregada de dramaticidade e ironia, dependendo da música. A faixa de abertura de Zezé Motta (1978) é deliciosa. Trata-se de uma das primeiras parcerias de Rita Lee e Roberto de Carvalho, Muito Prazer Zezé, e já prenunciava o lado divertido e atriz da cantora. Eclética, ela vai de samba-choro (Rita Baiana), samba-funk (Crioula), pop/romântico com toques jazzísticos (Dores de Amores, na clássica gravação em duo com seu autor, Luiz Melodia), romantismo caliente Pecado Original (Caetano Veloso) e carrega no lado místico afro-brasileiro, em números como Mameto Oiace, Dengue e Babá Abapalá. Já o LP Dengo não chega aos pés do primeiro. Vale mais como curiosidade. Nele, ela encara números como Bola de Meia, Bola de Gude (Milton Nascimento e Fernando Brant), duas composições desconhecidas de Gilberto Gil, Feiticeira e Poço Fundo, uma de Gonzaguinha (Sete Faces), Johnny Alf (Oxum) e até da revelação de então, Joanna (Remendos, parceria com Sarah Benchimol). Zezé também expunha sua veia compositora em Cais Escuro (com Paulo César Feital). Há ainda releituras de sotaque mais pop de O Dengo que a Nega Tem (Caymmi) e Fez Bobagem (Assis Valente). De quebra, Xica da Silva, de Jorge Ben, tema do filme o qual Zezé ficou famosa nacionalmente, ainda que não supere a gravação do autor. Mas o primeiro LP já vale o CD.(Rodrigo Faour)
Faixas