SETEMBRO
Marina Lima (2001)
Crítica
Cotação:
Mais low profile do que nunca, Marina Lima ensaia um retorno sutil à ribalta com Setembro - um álbum contido e econômico em vários sentidos. Na duração (são apenas nove músicas, mais três remixes), nos arranjos que namoram com a eletrônica, nas interpretações intimistas da cantora. Aliás, se há um ponto a se destacar no disco é a preocupação de Marina em trabalhar timbres e sonoridades além do previsível - às vezes em detrimento mesmo de sua voz. É como se a cantora cedesse espaço à produtora/arranjadora/harmonista, que se detém em filigranas sonoras não raro surpreendentes. Esses detalhes compensam a falta de real brilhantismo nas composições (todas homogeneamente agradáveis, no entanto). Marina parece afinal ter atingido maturidade e refinamento como compositora, deixando os vôos mais altos na hora de esculpir seus sons.
Embrenhando-se pelo territorio mais estritamente eletrônico, dançante mesmo, há Mares Turquesantes e Espumantes e Me Diga (Francisca), além de Paris-Dakar - quase um trip hop explícito. Por outro lado, num registro quase camerístico, cheio de delicadeza, destaca-se Dois Durões (Lagoa), na qual samplers e batidas sintetizadas são subjugados pela bela harmonia. Os velhos parceiros Antônio Cícero e Alvin L. fornecem bons achados para o conjunto da obra. Em especial, a bela letra de Cícero para Francisca e o tom radiofônico impresso por Alvin em Alguma Prova e Fala (Não Cala). Mais interessante, no entanto, é a síntese pop conseguida pela cantora (em colaboração com os compositores Cláudio Rabello e Dalto) em Notícias, a faixa com mais "cara de sucesso" do disco. Nesta música, Marina afinal parece conseguir o que se propôs em Setembro, o disco: pop sutil de qualidade, oscilando entre o molejo emepebístico e as pretensões sampleadas.(Marco Antonio Barbosa)
Embrenhando-se pelo territorio mais estritamente eletrônico, dançante mesmo, há Mares Turquesantes e Espumantes e Me Diga (Francisca), além de Paris-Dakar - quase um trip hop explícito. Por outro lado, num registro quase camerístico, cheio de delicadeza, destaca-se Dois Durões (Lagoa), na qual samplers e batidas sintetizadas são subjugados pela bela harmonia. Os velhos parceiros Antônio Cícero e Alvin L. fornecem bons achados para o conjunto da obra. Em especial, a bela letra de Cícero para Francisca e o tom radiofônico impresso por Alvin em Alguma Prova e Fala (Não Cala). Mais interessante, no entanto, é a síntese pop conseguida pela cantora (em colaboração com os compositores Cláudio Rabello e Dalto) em Notícias, a faixa com mais "cara de sucesso" do disco. Nesta música, Marina afinal parece conseguir o que se propôs em Setembro, o disco: pop sutil de qualidade, oscilando entre o molejo emepebístico e as pretensões sampleadas.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas