Sobre Nós 2 e o Resto do Mundo
Frejat (2003)
Crítica
Cotação: 
Não se pode pedir muito mais a um roqueiro quarentão além do óbvio: que ele mantenha sua dignidade. Roberto Frejat, 41 anos, mais de 20 de carreira, já sabe disso. Seu segundo disco solo é o complemento mais jovial, pop e "pesado" à face madura e "romântica" exercitada no álbum anterior, Amor Pra Recomeçar. Mas nada disso soa calculado. O cantor parece estar se sentindo muito confortável em sua persona atual - a de um jovem senhor que quer provar que tem gás para resistir em um cenário que valoriza acima de tudo a juventude e a rebeldia. Melhor assim do que na confusa produção do Barão Vermelho na segunda metade da década passada. Abdicando de experimentar com eletrônica e sem capitular a acústicos baratos, Frejat solo resolve a contradição de ser um rebelde que já perdeu sua causa; sua naturalidade e boa disposição já bastam.
Sobre Nós 2... aposta num som mais direto e sem firulas, e mesmo sem tirar a camisa de romântico que Frejat vestiu na carreira solo, tem nitidamente mais punch que o primeiro álbum. A estética inclui até um aceno explícito à sonoridade mais típica do Barão Vermelho - em Trapaça da Dor, que ganha clima latino graças à inconfundível percussão de Peninha. Tem baladas, claro. 3 Minutos, por exemplo, poderia estar no disco anterior, sem tirar nem pôr. Há um tom diferente no romantismo de Frejat agora, como pode ser conferido em 50 Receitas (de arranjo econômico que reforça a dramaticidade). Entretanto, o que há mais no disco são pop-rocks de melodias que tentam ser ganchudas - e eventualmente conseguem - com arranjos que evidenciam mais as guitarras - mas sem barulheiras explícitas. A conjunção fica acertadinha em Túnel do Tempo, a melhor do disco, na qual tudo se encaixa: a letra legal ("Você ficou guardada como num filme mudo /Antes da invenção das palavras"), o arranjo rico mas sem excessos, e a melodia pop redonda. Frejat persegue o formato em várias outras músicas, com melhores (como em O Início Depois do Fim ou em Paz Nunca Mais, essa em parceria com Erasmo Carlos) ou piores (O que Mais me Encanta) resultados. Enfim, não há muito mais o que pedir do rapaz. E ele entrega o que promete.(Marco Antonio Barbosa)
Sobre Nós 2... aposta num som mais direto e sem firulas, e mesmo sem tirar a camisa de romântico que Frejat vestiu na carreira solo, tem nitidamente mais punch que o primeiro álbum. A estética inclui até um aceno explícito à sonoridade mais típica do Barão Vermelho - em Trapaça da Dor, que ganha clima latino graças à inconfundível percussão de Peninha. Tem baladas, claro. 3 Minutos, por exemplo, poderia estar no disco anterior, sem tirar nem pôr. Há um tom diferente no romantismo de Frejat agora, como pode ser conferido em 50 Receitas (de arranjo econômico que reforça a dramaticidade). Entretanto, o que há mais no disco são pop-rocks de melodias que tentam ser ganchudas - e eventualmente conseguem - com arranjos que evidenciam mais as guitarras - mas sem barulheiras explícitas. A conjunção fica acertadinha em Túnel do Tempo, a melhor do disco, na qual tudo se encaixa: a letra legal ("Você ficou guardada como num filme mudo /Antes da invenção das palavras"), o arranjo rico mas sem excessos, e a melodia pop redonda. Frejat persegue o formato em várias outras músicas, com melhores (como em O Início Depois do Fim ou em Paz Nunca Mais, essa em parceria com Erasmo Carlos) ou piores (O que Mais me Encanta) resultados. Enfim, não há muito mais o que pedir do rapaz. E ele entrega o que promete.(Marco Antonio Barbosa)
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