SONHO REAL
Lô Borges (1984)
Crítica
Cotação:
Em 2001, é mais do que oportuna a luz que está sendo jogada sobre Lô Borges. Recentemente regravado por nomes do pop como o Ira! (Um Girassol da Cor do Seu Cabelo), Sideral (Para Lennon e McCartney) e Patrícia Coelho (Tudo Que Você Podia Ser), além de festejado por Samuel Rosa, do Skank, o cantor e compositor voltou a ser falado e até foi convidado para gravar um disco de releituras de suas canções, Feira Moderna, lançado no começo do ano pela Sony. Um projeto correto, mas se é para fazer justiça a este integrante do Clube da Esquina, o relançamento pela Dubas, selo do parceiro Ronaldo Bastos, de um disco como Sonho Real se revela um iniciativa muito mais adequada. Gravado em 1984 para a Barclay/Ariola, com produção de Ronaldo, ele traz um Lô em boa forma, com um som pop que envelheceu melhor do que o de colegas do Clube como Flávio Venturini e o 14 Bis, e boas letras. Sonho foi um disco ambicioso e muito bem cuidado. A faixa-título traz uma bela orquestração e excelente guitarra de Toninho Horta, além da gaita inconfundível da Maurício Einhorn. Inspirado pelo folk americano, Beatles, o rock progressivo e as raízes musicais mineiras (como seus colegas do Clube), o músico avança pelo disco com outra boa faixa, Nenhum Mistério que, por sua vez, tem arranjo caprichado de Wagner Tiso. Mesmo quando é pop, como em Vagas Estrelas, Arma Branca e Você Fica Bem Melhor Assim (com seu arranjo niueive, praga sonora da época), Lô obtém resultados acima da média. Mas o melhor é ficar com faixas como Feliz Aniversário (valsinha, em dueto vocal com Toninho Horta) e a instrumental de violões Fios D'Água. No fim das contas, Sonho Real pode até não ser um clássico do Clube da Esquina, mas traz as melhores características do movimento. Remasterizado e com nova capa, então, ficou irresistível.(Silvio Essinger)
Faixas