SOUL TIM DUETOS
Tim Maia (2000)
2000
Som Livre
2282-2
Crítica
Cotação:
A intenção não era lá das melhores. Desde a morte de Tim Maia, em 1998, já haviamos tido um Soul Tim (reunindo gravações de sua última fase) e o Tributo a Tim Maia, gravação de show em que vários nomes da MPB cantaram suas músicas, acompanhados pela Banda Vitória Régia. Agora, no melhor estilo Unforgettable (em que a cantora Natalie Cole duetou com a voz do pai morto, Nat King Cole), vem este Soul Tim Duetos. O que o nosso soulman, com sua habitual falta de papas na língua, diria disso? Necrofilia, excesso de ganância? Talvez. Mas a verdade é que, do saco sem fundo que a herança do cantor se transformou, este disco é um dos produtos mais interessantes a sair. Tem de tudo nas dobradinhas póstumas com seus contemporâneos e seguidores: exageros nos arranjos dance, muito glacê instrumental e algumas estranhas liberdades nas adaptações – pecados típicos um Lincoln Olivetti, que assina a maior parte dos arranjos. Mas é contagiante a alegria dos encontros (culpa do mesmo e insuperável Olivetti), ainda apesar de a voz de Tim ser apenas coadjuvante na festa. O melhor momento, sem dúvida, é o dueto com Luiz Melodia em Você – o acompanhamento, bastante decente, faz juz à magnitude do encontro de duas grandes vozes, a macia e a rascante. Boas também ficaram Azul da Cor do Mar, com um bom (e empolgado, coisa rara) Emílio Santiago, e Pede a Ela, com o velho camarada Hyldon. Não Quero Dinheiro, por sua vez, virou uma house-disco, com a participação mais do que justa de Sandra de Sá. Outro caso de perfeita adequação foi o baião soul A Festa do Santo Reis, em que Tim recebeu o sanfoneiro Dominguinhos.
Nos duetos com os novatos, que ainda eram criancinhas quando Tim Maia desfrutou da plena majestade soul, o cantor revive em ritmo de funk melody: tem a simpática Eu e Você, Você e Eu com Claudinho & Buchecha, Acenda o Farol com Alex & Alex e Vale Tudo (com base que lembra a de Casa, de Lulu Santos), aditivada pelas vozes de Pepê & Neném. Espaço para os floreios vocais não faltou nas faixas com a Fat Family (Um Dia de Domingo), com o filho Léo Maia (Essa Tal Felicidade) e com o coral gospel Communion, que transportou Tim para o meio de uma espécie de Take 6 caboclo numa inusitada Sossego. No meio disso tudo, o instrumental não foi esquecido: a renovada bandas Black Rio e Vitória Régia são só groove em Reencontro e Do Leme ao Pontal, respectivamente. E quem temia pelo resultado da montagem com as históricas reclamações e tiradas do cantor no palco, feita pelo DJ Cuca, a boa notícia é que I Wanna Dance (Cadê o Retorno) é bem engraçada. Se Tim Maia aprovaria... bem essa é uma outra história. (Silvio Essinger)
Nos duetos com os novatos, que ainda eram criancinhas quando Tim Maia desfrutou da plena majestade soul, o cantor revive em ritmo de funk melody: tem a simpática Eu e Você, Você e Eu com Claudinho & Buchecha, Acenda o Farol com Alex & Alex e Vale Tudo (com base que lembra a de Casa, de Lulu Santos), aditivada pelas vozes de Pepê & Neném. Espaço para os floreios vocais não faltou nas faixas com a Fat Family (Um Dia de Domingo), com o filho Léo Maia (Essa Tal Felicidade) e com o coral gospel Communion, que transportou Tim para o meio de uma espécie de Take 6 caboclo numa inusitada Sossego. No meio disso tudo, o instrumental não foi esquecido: a renovada bandas Black Rio e Vitória Régia são só groove em Reencontro e Do Leme ao Pontal, respectivamente. E quem temia pelo resultado da montagem com as históricas reclamações e tiradas do cantor no palco, feita pelo DJ Cuca, a boa notícia é que I Wanna Dance (Cadê o Retorno) é bem engraçada. Se Tim Maia aprovaria... bem essa é uma outra história. (Silvio Essinger)
Faixas
As dores do mundo (Hyldon)