TOM CANTA VINICIUS - AO VIVO
Tom Jobim (2000)
2000
Jobim Music
325912000362
Crítica
Cotação:
Gravado em janeiro de 1990, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, dentro do Ciclo Vinicius de Moraes – Meu Tempo É Quando, este inédito captura um desempenho emotivo de Tom Jobim (1927-1994) homenageando o parceiro Vinicius de Moraes (1913-1980) por intermédio de oito composições da dupla que se tornou entidade da música brasileira moderna. Uma ligação quase mediúnica: ambos morreram em torno dos 67 anos de idade. Apoiado num grupo mais camerístico que a sua Banda Nova, formado apenas pelo filho Paulo Jobim (violão), Jaques Morelenbaum (cello), Danilo Caymmi (flauta) e Paula Morelenbaum (vocais), Jobim (piano e voz) também recria duas pérolas da parceria de Vinicius com outro bossa novista, Carlos Lyra (Você e Eu, Samba do Carioca), além de quatro composições assinadas apenas pelo poeta, Valsa de Eurídice, Serenata do Adeus, Medo de Amar e Pela Luz dos Olhos Teus. O disco é aberto por Jobim cantando o Soneto da Separação de Vinicius, que ele musicou com extremo cuidado. "Tentei não atrapalhar o soneto com a música", garante, modesto. E não economiza elogios ao "talento musical" do poeta na introdução de cada uma de suas obras, do "realmente adorável, saboroso" samba canção Medo de Amar ("vire essa folha do livro/ e se esqueça de mim") à valsinha de "sabor parisiense" Pela Luz dos Olhos Teus. Tom declama ainda Poética (não musicado) e contracanta com a voz alada de Paula Morelenbaum em Samba do Carioca, Ela é Carioca, Insensatez e Eu Não Existo Sem Você e outros clássicos. Antes da inevitável Garota de Ipanema na bem humorada "versão japonesa" (que termina numa célula do estereótipo melódico nipônico e num "arigatô"), Jobim cita outro de seus ídolos literários, Guimarães Rosa. Documento, enlevo e afeição. Precisa mais?
(Tárik de Souza)
Faixas

Carta do Tom (Toquinho-Tom Jobim-Chico Buarque)
